Capítulo 36

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— Existe uma coisa importantíssima que eu posso não ter dito a você. - Falou quando voltou a olhar diretamente nos meus olhos. — Em BDSM, existe a Palavra de Segurança. Ela, em BDSM é uma palavra pé acordada pelos participantes para interromper imediatamente a prática.

Se eu tivesse dito mais cedo e você usasse a palavra de segurança, você poderia ter parado com aquilo a qualquer momento.

Realmente, eu podia.

— Mas embora eu não tenha dito, eu havia falado desde o começo que o BDSM precisa ser consensual, é necessário consentimento, você precisa ter vontade de fazer para que não pareça uma obrigação. - Ela hesitou um pouco. - Eu falei isso a você.

Eu me lembrava sim.

— Tendo ou não conhecimento sobre essa palavra, você tinha o poder de parar a cena no primeiro momento de desconforto. Mas mesmo quando eu colocava você acima dos seus limites, deixando você irritado e desconfortável. Você não parou. E isso...é muito curioso.

Não respondi.

— Você se mostrou bem desconfortável e era bem visível que não queria fazer nada com ela. Então, por que não parou?

— Sei lá...- dei de ombros. — Queria testar os meus limites. - Ela olhou cética para mim durante uns prováveis dez segundos.

Nem eu mesmo sabia se aquilo era verdade ou não.

— Se você está dizendo...- Ela falou compreensiva. — Eu não obrigaria você a tranzar com ela.

Eu sorri provocativo.

— Que história foi aquela de que eu sou seu? - Ela mordeu o lábio inferior de uma maneira nada inocente.

— E você, não é? - Não respondi. — Meu submisso. - Ela terminou e eu revirei os olhos. — Falando sobre isso mesmo, você ainda merece um castigo.

Deus, que não entre mais ninguém por aquela porta.

E como se tivesse lido a minha mente, ela saiu do meu colo e andou em direção a porta e a girou a chave a trancando.

— Agora...nem que você gritar. - Falou sorrindo provocadora e voltou em direção a cama. Ela voltou a subir na cama e me deitou de costas nela, eu estava olhando para ela com curiosidade enquanto ela descia novamente da cama, foi até ao lado superior esquerdo e se abaixou, quando levantou, estava segurando um cinto, não...não era um cinto, era um só, mas com várias aberturas. Bom, na verdade eram só quatro. Sem qualquer tipo de dificuldade, ela voltou a subir na cama e os esticou.

Eu não entendia a finalidade daquilo até ela esticar o meu braço esquerdo e o prender na cama.

Ah, entendi.

Logo foi o direito, as amarras não eram tão curtas e daquela forma os meus braços não estavam esticados de uma maneira desconfortável. Sem dizer uma única palavra ela desceu até aos meus pés e os prendeu também com as amarras, um com uma intensa distância do outro, provavelmente para que eu não pudesse apertar as minhas pernas. Era um movimento instintivo, na verdade haviam vários, mas era um que eu também usava, na verdade, as mulheres usavam mais sempre que estivessem excitadas e sem poder satisfazer o desejo elas apertavam as pernas uma na outra causando assim uma sensação de prazer ligeiro.

Ela olhou para mim completamente amarrado e impossibilitado de me mover como se eu fosse algum prato muito gotoso a vista. Ela andou em direção a banca que ficava do lado esquerdo e eu levantei levemente a cabeça, tentando ver o que tinha lá dentro, a gaveta parecia estar recheada com um monte de coisas.

— Parece que o Omar manteve tudo limpinho, como sempre. - Ela se virou para mim segurando algo como...um porta chaves? Ela andou em direção a mim com o pequeno porta chaves na mão com um formato um tanto quanto estranho e parou de pé do meu lado direito. - Aquela...- ela apontou com o porta chaves em direção a gaveta ainda aberta. — É a gaveta dos meus brinquedos.

Simplesmente LascivaWhere stories live. Discover now