Capítulo 31

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Dois dias depois, parecia que o Theo finalmente tinha sossegado, eu também não o estava vendo com tanta frequência, e parecia até que tínhamos voltado os primeiros dias, ele estava me evitando. Parecia que aquele era o passatempo favorito do Theo para quando alguma coisa sobre a qual ele não tem controle aconteça.

Eu cheguei pousando com graciosidade o meu tabuleiro com comida na mesa e ele ergueu uma sobrancelha para mim enquanto colocava uma pequena quantidade de comida no garfo.

— Parece que voltamos aos bons velhos tempos. Eu tentando falar com você, e você me ignorando.

Ele continuou me evitando por um momento.

— Nossa, até o seu silêncio é excitante. Como isso é possível? - Falei irónica e ele me olhou com impaciência.

— Você não devia estar com o Brandon? - Perguntou erguendo uma sobrancelha. — Acredito que ele não vá gostar de ver você comigo...- ele se inclinou para frente como se estivesse sussurrando algo. — Ele pode chorar. - Eu fiz cara feia para ele. — Bem como ativar o modo " Romântico e sensível dele. — Ele continuou com ironia. — E tudo que a gente menos quer é que você seja cortejada na frente de toda universidade novamente, não é?

Espera, ele estava chateado por causa daquilo?

— Você pode pelo menos me explicar o motivo de estar fugindo de mim?

— Eu só achei as lágrimas do Brandon meio comoventes, não quero fazê-lo chorar. E não, eu não estou fugindo. - Falou dando de ombros olhando para a comida.

— Você só pode estar brincando comigo. - Ele olhou petulante para mim.

— Te parece que eu estou brincando com você? - Não respondi. — Você não acredita que eu também tenha um lado sensível né? - Permaneci em silêncio. — Pois...- Ele cruzou os braços por cima da mesa e olhou para o alto pensativo. — Só os caras que choram por você são sensíveis, não é? - Ele podia estar tentando não transparecer, mas eu podia ver algo como uma certa magoa. Ele voltou o seu olhar para mim, estreitando os olhos. — Mas e se eu dizer...que eu também já chorei por você?

— Theo...- Eu tentei falar, mas ele me interrompeu de maneira sarcástica.

— Ah, isso não faria muita diferença na sua vida, pois não? - Eu estava sentindo um forte veneno nas palavras dele, não sabia exatamente o que eu havia feito, mas claramente, deixei ele bem magoado. — Porque diferente de mim, o Brandon está sempre se humilhando por você... fazendo as coisas para não perder você...ontem... hoje... sempre. — Mas eu não. Não é? - Perguntou sorrindo, mas eu sabia que era um sorriso falso. — Porque eu só chorava por você no passado, eu não continuo fazendo isso. Não é? - Ele terminou com sorriso meio presunçoso e se posicionou de maneira direta no assento.

Eu processei aquelas palavras por um mero momento, olhando para ele pensativa, ele não tirava aquele sorriso petulante do rosto, eu estava honestamente me perguntando se era eu quem estava transformando o Theo naquele ser diante de mim, e se eu o estava fazendo, precisava remediar a situação.

— Que argumento mais burro. - Falei e olhou para mim com a boca aberta, em espanto.

— Como? - Ele deu um sorriso fraco e eu copiei um dos movimentos que ele estava constantemente repetindo naquele dia, me inclinando para frente olhando intensamente nos olhos dele.

— Você acha mesmo que eu me importo com o quanto de humilhação ou figuras tristes que o Brandon faz e afirma que são por minha causa?

Ele não respondeu e eu inclinei levemente a cabeça para o lado.

— É indiferente para mim o quanto de lágrimas que o Brandon derrama. - Eu olhei para o lado e dois para ele. — Não são de sangue, ele não vai morrer. - O Theo olhava para mim sem acreditar — Você lá sabe se são de crocodilo? - Ele não respondeu e eu continuei. — Você sabia que a disciplina que em que o Brandon mais se destacava quando ele estava no fundamental era o teatro? Ele era bom pra caramba, nem entendo o porquê de ele não estar seguindo isso aqui.

Simplesmente LascivaWhere stories live. Discover now