🥀 𝑷𝐫𝐨́𝐥𝐨𝐠𝐨⚘️

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Cinco anos após o incidente na pensão Éden:

Olhou em seus olhos, redondos e castanho, desta vez não estava entristecido pela cartada de término que Ji-Eun lhe dera.

Batuca os dedos na mesa onde haviam se sentado para comer com a promessa de aliviar dos efeitos ainda presentes, muitos morreram, o jovem sentia-se seguido por seus "fantasmas".

O castanho analisa os dedos inquietos dela, suas unhas pintadas em lilás, o esmalte já desgastado nas pontas...

Por que Jong-Woo não a respondia? O que aconteceu com sua expressão? Ele sequer prestava atenção no que ela o dizia?

Aquelas perguntas martelavam na cabeça de Ji-Eun.

Se retira na grande frustração de Jong-Woo não ter lhe esboçado reação negativa. Estava com o mesmo o rosto sinistro de sempre, que nunca havia mudado desde a pensão Éden.

Novamente, o sorriso sinistro lhe pinta o rosto, aquele vislumbrar estático enquanto termina sua refeição.

Jong-Woo fitou a silhueta de Ji-Eun saindo pela porta do estabelecimento. De início se levanta para lhe fazer o pedido de ficar, talvez encerrar o relacionamento com uma amizade.

Pensou consigo mesmo e aceitou ser orgulhoso demais para tal. Decidiu pagar por seus pedidos, inacabados, e voltar para sua casa.

Andou por dois quarteirões, até que a sensação de ser observado volta a se instalar no mais novo, nunca teria paz? Pensou consigo mesmo.

Se livrou dos pensamentos intrusivos e apertou os passos para voltar ao seu computador e terminar o seu livro, o segundo volume de um romance policial.

Sentiu medo de abrir a porta, como se estivesse sendo avisado por seus instintos que não deveria entrar naquele lugar.

Os olhos brilharam ao ver uma notificação do fórum online, onde publicava seus romances em forma de atrair aqueles leitores a comprar.

Destranca a porta. Agora, aliviado.

Deixou seu casaco sobre a cadeira e seguiu para o que seria seu refúgio.

— Quantas dúvidas ela tinha, lhe deixou sem pensar, em todos esses anos ficou ao seu lado por medo de que ficasse como eu Jong-Woo! Sabe do que mais? Ela se cansou, de seu frenesi, está farta de sua presença —  a voz bem conhecida se revelou em algum canto do apartamento.

— O que está fazendo aqui? — leva as mãos a cabeça, a aperta e balança no intuito que a voz suma.

— Como quer que eu te mate, amor? — a voz estava cada vez mais perto, enquanto o pobre Jong-Woo tentava se livrar de suas memórias.

— Não me chama assim! — gritou com o que pensava ser seu delírio.

O sorriso de Moon-jo ainda penetrava seus pensamentos, o deixando paralisado.

— Desta vez falo sério! — acertou com força a cabeça do mais novo que caiu no chão inconsciente.

Acendeu a luz, amarrou  braços e pernas, carregou até a cama, rasgando sua camiseta, e permaneceu esperando até que ele acordasse, com grande expectativas na vingança.

Era para ser algo 'divertido'.

Não demorou muito para que Jong-Woo despertasse de sua pancada dolorida bem no meio da cabeça, abrindo os olhos devagar, sentindo a grande confusão  no subconsciente, e no fundo gritava "Ele não estava morto?"

— Ji-Eun, ela gritava como uma vadia escandalosa, até que engasgou na próprio sangue e morreu, foi tão de repente que mal pude cogitar em lhe deixar vê-la. — O mais velho proferiu em tom natural, gracioso e satisfeito como sempre.

— Achei que tinha te matado! — esbravejando se contorcia na imensa vontade de tentar o feito de cinco anos atrás.

— Para ser sincero eu também — a empolgação tomou conta
— Estáva calor, por isso me dei o trabalho de tirar sua blusa, sei que gostaria que Ji-Eun fizesse isso, mas os mortos não podem fazer essas coisas! — o sorriso maquiavélico enfeitava novamente seu rosto pálido de olhos grandes.

— Seu doente!

— Esses laços devem ser cortados, para que não precise se lamentar! — tirou uma lâmina do bolso, a desembalou
— É novinha, não se preocupe.

O garoto se absteve de replicar, sua expressão assustada, olhos arregalados, e a boca seca falavam por ele.

Com uma expressão divertida, afundou a lâmina no abdômen, cortando até a clavícula, da clavícula ao pescoço.

— Você foi a melhor obra de arte que criei, mas em poucos meses desistiu de seguir meu legado, e isso me deixou um pouco...chateado!

O mais novo não reclamou ou exibiu sua dor, sabia que a poucas horas ele seria apenas um paciente a mais, a ter todos os seus dentes arrancados.

— Sabe por que fui um excelente dentista? Porque meu método era único. — zombou com um sorriso bebendo da lata de cerveja que havia pegado na geladeira de Jong-Woo. Despejou a bebida sobre o mais novo, que reclamou de dor quando o álcool fez contato com a pele rasgada.

— Um dentista que não fez uma boa obturação não pode ser considerado referência, assim como um expositor que possui apenas uma obra não pode ser chamado de museu!— Moon-jo ainda sorria esperando para acertar a lâmina com o máximo de força.

— Queime no inferno, seu filho da puta, eu jamais seria como você!

— Adeus, meu amor! — levantou o braço pegando impulso, e segurando com força, acertou a pele fina do pescoço de Jong-Woo, que cedeu até certo ponto, mas a lâmina travou na sua traqueia, fazendo-o repetir o movimento, seu sangue jorrava de forma delicada e até bela para Moon-jo.

Que logo após arrancou todos os dentes de Jong-Woo, levou algumas de suas roupas, livros e tomou para si seu relógio. Uma boa exposição, um troféu!

A sua última pendência fora resolvida, fez o mais rápido possível para terminar brevemente sua tarefa. Pois afinal seu mais novo alvo estava milhares de quilômetros de distância, sem que ele saiba.

Seu passaporte, identidade, e mala estavam prontos, uma nova pessoa, era o que ele dizia a si mesmo, ao seu alvo, uma psicóloga que morava em Quebec.

Nunca estivera tão empenhado em alguém, exceto por Jong-woo que se recusou a ceder a loucura, em sua cabeça não deveria ter demorado cinco anos para ir até o mais novo, que agora deve estar em um saco preto.

Com a econômica estável devido ao seu trabalho de dentista, Moon-jo adquiriu um apartamento, no prédio residencial perto do lago, mas não imaginava  seria um grande problema, existem surpresas agradáveis e outras nem tanto.

𝐒𝐓𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑𝐒 𝐅𝐑𝐎𝐌 𝐇𝐄𝐋𝐋 [Em Revisão]Where stories live. Discover now