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CARIOCA

Emily: papai! - minha filha diz toda feliz após me ver na porta da escola. - que saudade.

Carioca: coé cara... - me abaixo ficando do tamanho dela. - firmeza? Pai tava com saudade também pô.

Emily: mas eu tava com muita pai, muita muita. - ela diz fazendo enxame e eu dou risada.

Carioca: então tava muito mermo. - pego ela no colo que abraça meu pescoço. - quer ir pra casa da bisa?

Emily: eu quero! Ela me dá um monte de comida. - diz com os olhinhos brilhando. - vamo pai.

Carioca: ih, tua mãe te da comida em casa não cara?

Emily: da mas a comida da minha mãe... - olha para os lados. - é ruim. - faz cara feia. - eu gosto da comida da bisa. - gargalho.

Carioca: pior que a comida da tua mãe e ruim mermo... - faço careta junto com ela. - tua bisa  da o nome né, fala aí. - vou caminhando com ela falando com alguns que acenavam pra mim.

Onde passo sou respeitado, seja aqui ou em qualquer outra comunidade minha. Né me gabando não, mas é assim e sempre foi. Vim de baixo e sempre tive humildade, desde que eu não tinha porra nenhuma.

E pra mim foda-se, tá ligado? Vou tá sempre querendo o bem da minha comunidade, dos moradores, priorizando o bem estar deles.

Galera tem mania de achar que todo bandido é ruim, que só sabe matar e andar de fuzil pra cima e pra baixo mas não é assim não.

Pelo menos eu, nunca fiz questão de tá andando de fuzil nas costas pra cima e pra baixo sabendo que tem criança por perto, tem os velhinhos também... ando armado mas só de pistola mermo.

Fuzil? Só quando eu precisar, pra invasão e outras paradas.

Mas eu sou assim pô, sou humilde e simples... galera gosta de mim e eu me sinto bem por ser querido em todas as minhas comunidades.

Coloco minha garota no chão que sai correndo chamando a vó e eu permaneço na varanda de casa com o rádio na mão... tinham me acionado enquanto eu tava trocando um papo com a emily mas nem atendi na hora, tempo com a minha filha é precioso demais.

Carioca: fala. - atendo o grego, meu gerente geral do alemao. - não.. eu vou aí, mais tarde tô brotando aí. Tem que ver esse bagulho do campo, fiquei de te falar o dia e nem dei o papo depois... vou aí antes de escurecer. - desligo.

Guardo o rádio na cintura e entro dentro de casa sentindo cheiro de pudim já... porra, passo dois dias aqui e volto igual um búfalo. Velha quer empurrar comida na barriga de todo mundo, acho que a única diversão dela é essa, fazer comida pra geral comer.

Emily: hum... tá gostoso bisa. - fala terminado de comer o pudim. - eu posso pegar mais?

D. Dulce: tu nem terminou de comer o que eu botei e já quer mais, menina gulosa. - ela rir. - se comer tudo eu bato mais. Quer filho? - me pergunta.

Outro PatamarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora