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CARIOCA

Sair da casa da Viviane pilhado, com raiva de mim mermo no bagulho. Porra... que mancada que eu dei, parceiro!

Fiquei dois dias pensando em como contar, porque também não ia esconder um bagulho desse, o quanto antes falar melhor. E eu também já sabia né, já sabia como ela iria reagir, já conheço a peça.

Dei um tempo pro bagulho esfriar, tô ligado que é foda pra ela mermo, pra mim também né, porra... outro filho? Se fosse com ela, beleza. É a pessoa que eu tô, que eu gosto... mas a Alane? Porra! Parece que é o diabo pra atentar mermo, engravidar a mina na última transa, tô fudido mermo...

Cobra: quer entrar em campo sem chuteira e não quer que dê ruim... - cobra fala comigo. - espera, segunda tá chegando já. - se refere ao exame que ela fez.

Carioca: eu tô fudido, papo reto. Viviane não quer nem olhar pra minha cara, terminou comigo e eu tô como? - solto o ar pela boca. - se uma foda matasse eu já tava morto.

Cobra: mas pô... bem que ela podia entender né? - se refere a vivi. - tu tá na linha, nem pegando a Alane tava mais. Beleza que um filho é foda, mas terminar logo de cara assim?

Carioca: ela é assim, não tem esse bagulho de meio termo. - escoro meu braço na cadeira de madeira do lado. Tamo num barzinho aqui na maré mermo tomando uma cerveja.

Cobra: se bem que se fosse o contrário tu já teria surtado, feito pior. Sei nem porque tô falando... - ri negando com a cabeça. - por isso tô fora dessa onda de mulher.

Carioca: valeu, tá me ajudando pra caralho, irmão. - dou dois tapas nas costas dele, como agradecimento.

Cobra: ô mano... vou fazer o que? Meteu dentro, já foi. Já serve de aprendizado da próxima. - faço sinal pro seu Léo trazer mais um litrão, que já tinha acabado. - conversa com a mina depois, quando ele tiver mais calma. De primeira claro que ela ia ficar assim, tava nem eeperando pô...

Conversar... só se for pra ela querer me jogar da escada.

Mulher braba do caralho essa que fui arrumar.

Troquei de assunto depois. Quanto mais eu falava, era pior. Tratei uns assuntos com ele da facção enquanto bebíamos de olho no movimento. Sexta feira... amanhã tinha baile aqui e os moleque já na ativa agilizando tudo.

Meu rádio toca, um segurança meu que tava lá no alemão de olho nos bagulho lá pra mim. Atendo e ele me passa a visão de tudo, falando que a Viviane tinha ido pro baile com aqueles dois amigos dela, tava bebendo pra caralho e já tinha beijado dois caras em pouco espaço de tempo.

Desencosto as costas da cadeira ouvindo ele me dar detalhes, a onda subindo pra cabeça já!

- isso aê chefe, agora mermo o grego teve lá e saiu arrastando ela pra fora, falando um monte pra ela que rebatia também. Ele levou ela e os amigos embora, levou pra casa...

Carioca: quem foi que ela pegou? - pergunto sentindo o ódio tomar conta de mim.

- não parece ser daqui não, deve ser da pista, era branco, de barba... pegada meia da pista.

Outro PatamarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora