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VIVI

Depois do sermão que dei no sem noção do Kevin, fui pro meu quarto. Tomei um banho demorado, lavei meu cabelo, penteei e fiquei deitada na cama mexendo no celular.

Plena terça feira e os meus amigos querendo sair pra beber... só se eu tiver com o cão de sair uma hora dessa.

Vida de pobre não é fácil, né? A gente se acaba de trabalhar, da um pau danado, chega em casa tarde, ainda tem que ajeitar a casa e fazer a comida de amanhã. Todos os dias a mesma coisa, e eu não via a hora de me formar logo pra ter um salário melhor. Que graças a Deus, pagava bem.

Faltava metade e eu tinha fé que ia vencer o resto desses semestre sem matar ninguém.

Meu maior obstáculo não é nem a dificuldade do curso, porque sim, é complicadinho mesmo pela química, mas da pra passar. O negócio é ter que lidar com aquele povo.

Mas é corrido... tem dias que eu não tenho tempo nem pra coçar o rabo. Pq além de trabalho e aula, tem os estágios obrigatórios no turno oposto.

Da uma aliviada quando tenho aula on-line, geralmente uma ou duas vezes na semana.

E minha folga no trabalho que é uma vez na semana.

Aí chego em casa, morta de cansada, pra ter que ouvir o Kevin transando, pelo amor de Deus né? Quer fuder , fode em outro lugar. Já falei mil vezes mas parece que esse garoto gosta de levar sermão, não é possível.

Não gosto, e não autorizo. Porque se eu autorizar, cada dia vai ser um entra e sai com uma diferente e eu não suporto, na minha casa eu quero respeito.

Quando morava com a minha mãe sempre foi assim também, tanto comigo como com o gustavo. E eu sigo isso até hoje com o meu filho, pra mim é respeito!

Kevin: mãe! - ele bate na porta. - ô mãe, posso entrar? - fico quieta. - qual foi, coroa... vamo conversar. Fica brava comigo não.

Vivi: eu não falei que não queria ver tua cara mais, Kevin? - respondo.

Kevin: falou mas eu não consigo ficar bem sabendo que a senhora tá puta comigo pô, vamos fazer as pazes.

Vivi: agora é fácil botar essa voz de arrependido e vim querer me tapear, né? Na hora ninguém pensou.

Kevin: eu posso entrar? - pergunta de novo. - hein mãe.

Vivi: caralho, que inferno! - bufo. - entra Kevin, entra.

Ele entra fechando a porta depois indo deitar na cama com a cabeça no meu colo.

Kevin: desculpa, valeu? Só não fica brava comigo. Teu tapa tá doendo até agora.

Vivi: era pra ter batido forte pra doer mesmo.

Kevin: mas doeu. - faço tsc. - trouxe ela pra cá porque não tinha outro lugar pra gente ir.

Vivi: se virava Kevin. Já te falei que não quero entra e sai aqui.

Outro PatamarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora