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VIVI

Sinceramente? Fiquei até sem palavras, sem nem saber o que dizer.

Tava ele agora, olhando pra minha cara esperando uma resposta depois do tanto de coisa que me disse e eu? Buscando o que falar.

Vivi: eu não sei carioca, eu... uma coisa é a gente ficar e outra é já ter algo sério. Essa vida que você vive é complicada demais e eu tenho que ter certeza do que eu tô fazendo.

E de fato, é! Já cansei de ver aí, mulher de traficante sendo morta, sendo sequestrada, até sendo presa como cúmplice também.

Carioca: vou tá aqui pra te proteger, pô. Assim como protejo minha família... nunca aconteceu mal nenhum com elas porque minha prioridade sempre foi a proteção delas. - engole a saliva. - papo reto? Se eu te fazer uma pergunta tu me responde com sinceridade? - confirmo com a cabeça. - tu sente o que por mim?

Merda, vou ter que falar dos meus sentimentos mesmo?

Vivi: eu me sinto confusa quando se trata de você. - reprimo os lábios pensando numa maneira de falar. - ao mesmo tempo que tenho um sentimento bom, de gostar da companhia, de me sentir bem... tem um sentimento ruim de desconfiança.

Carioca: eu só preciso de uma segunda chance vivi, só isso... o resto tu pode deixar comigo.

E agora, meu pai? E agora?

Vivi: eu... a gente pode até tentar carioca, mas eu não te garanto nada. Como te falei, me conheço, entendeu? Não vai ser fácil eu conseguir ter confiança em você. - ele sorri negando com a cabeça.

Carioca: só em nós tentar, já é outra parada pô. Vai da certo, eu vou fazer dar!

Vivi: mas logo te avisando que se aquela mulher vim me falar mais alguma coisa...

Carioca: ela não vai pô, tá maluca? Tá nem doida ela, depois do esporro que tomou vai continuar quietinha do jeito que já.

Vivi: tô falando porque mulher tem uma mente do cão, principalmente essas poucas inconformadas. Até mesmo pela forma que ela falou comigo, toda cheia de si.

Carioca: te falar? Já tem anos que não moramos mais juntos pô, papo de quando minha filha tinha nem dois anos ainda.

Vivi: terminaram mas vocês continuavam se pegando e bancando ela. Alimentando o ego dela de continuar se achando sua mulher e de achar que pode fazer o que quiser.

Carioca: sempre deixei claro pra ela que não tinha mais essa de minha mulher, ela que era louca.

Vivi: ela é, mas você tem grande parcela de culpa. - jogo a real. - vem me fazer de besta querendo jogar tudo pra cima dela não. Meu problema com ela na verdade nem é por você e sim pela audácia dela de ir me dizer os desaforos dela no meu trabalho. Só tô esperando mais uma dela, que ela vai ver.

Carioca: esquece ela pô, papo reto... passado! Foca em nós dois agora, tá ligado que nós é casal né? Tu é primeira dama agora, parceira. - gargalho.

Outro PatamarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora