Outro Patamar

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CARIOCA

Grego: brota aqui... festinha no qg hoje. - grego diz na ligação. - tá tranquilo hoje?

Carioca: tô resolvendo umas paradas em outro canto agora, mas daqui pra mais tarde eu tô livre. - respondo olhando a movimentação dos carros e motos pra lá e pra cá. - só pros íntimos?

Grego: sim pô, só os chegados. Tiver de boa mesmo brota aqui.

Carioca: nera tu que não me queria por aí mais? - dou risada. - tá me puxando demais, hein.

Grego: aproveitar porque daqui a pouco tu some e só aparece daqui uns dois meses botando banca pra cima de mim.

Carioca: boto mermo. - mexo na minha corrente. - posso te da muita moral não, fica se achando demais.

Grego: filho da mae... - ri.

Carioca: ainda mais que agora tu vai ser meu cunhado.

Grego: parou com essa brincadeira sem graça aí. - ele diz sem rir dessa vez. - viaja não, carioca.

Carioca: tô te falando... tu não bota fé.

Grego: eu não sei que esperança é essa que a vivi tá te dando pra tu tá assim.. namoral mermo.

Se ele soubesse que nenhuma...

Carioca: todas. Deixa que o tempo vai dizer.

Grego: quando tiver vindo me avisa.

Carioca: ver se não chama esses baba ovo aí... só falta chupar meu pau em troco de ganhar moral comigo.

Grego: deveria tá acostumado já.. se comigo já é assim imagina contigo.

Carioca: bando de pela saco. Mas valeu, fé aí.

Grego: fé, pai.

Desligo o celular olhando pro gerente do complexo da mangueira que tava cheio de falha, se embolando completamente na contabilidade que só de bater o olho, eu vi que tinha alguma coisa errada.

E essas parada pra mim só se resolve pessoalmente, olho no olho. Posso tá no caralho que for, não tá saindo do jeito certo, eu vou até o problema.

Carioca: mais uma falha dessa e tu vaza, some daqui. E eu não quero saber se já foi cobrar, se não foi, se inventou desculpa, tô nem aí, quero o dinheiro que tá faltando. Seja homem e sustente teu posto de gerente, na minha ausência quem comanda aqui é você então honre isso, porque se tu tá aqui hoje é porque eu vi potencial em tu, mas pelo visto tô vendo que me enganei, né?

Miltinho: se enganou não, patrão. Tá certo, eu que tô errado mermo, fui deixando as parada passar e acabou virando uma bola de neve... dou nem dois dias pro dinheiro tá todo certo. - ele diz com as mãos no bolso da bermuda.