CAPÍTULO 17

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Any

Meu pai do céu! O que tinha sido isso que acabei de ler? Levantei da cama, sentindo todo o meu corpo quente.

Josh tinha deixado alguns capítulos novos para que eu lesse e eu havia decidido fazer isso enquanto ele estava numa reunião com sua agência literária.

Meu dia na lanchonete havia sido cansativo e estressante, pois uma de nossas funcionárias adoecera e eu precisei trabalhar em dobro. Então, ao chegar em casa e encontrar as folhas impressas junto com um bilhetinho de Josh à minha espera, meu coração se aqueceu. Tomei um banho gostoso, vesti uma camisa dele e me aconcheguei na cama, usando minhas pantufas de coelho.

Agora eu estava fervendo, sentindo meu corpo em ebulição e desejando que o porteiro do meu prédio fosse muito gostoso para que eu pudesse agarrá-lo. Mas não era. Alfred tinha mais de sessenta anos e era um viúvo com três filhos e quatro netos.

Corri até a cozinha e peguei um saco de ervilhas congeladas, trazendo-o até meu pescoço quente.

— O que está fazendo? — a voz de Josh atrás de mim fez com que eu pulasse de susto, pois não escutei a chegada dele.

— Meu Deus! Quer me matar do coração? — perguntei, recuando até encostar as costas na geladeira. — Estou com calor.

Pela forma como franziu a testa, sabia que me considerou lunática.

— Está fazendo dez graus lá fora e o nosso aquecedor não está em seu funcionamento total.

— Não é o clima, seu idiota. — Empurrei o saco de ervilhas sobre ele, que o segurou enquanto eu saía da cozinha. — É a droga do capítulo que você escreveu.

Voltei ao meu quarto e me deitei na cama, abanando meu rosto com as mãos.

O que estava acontecendo comigo? Vi quando Josh entrou, parando diante da minha cama com um sorriso convencido e as mãos na cintura.

— Então, você já leu — afirmou, envaidecido. — E, pelo visto, gostou.

— Gostar é uma forma de interpretar o que eu achei — respondi, afogueada, balançando as pernas no ar. — Onde você aprendeu a escrever essas coisas, Josh Beauchamp ?

Ouvi a gargalhada divertida e inclinei a cabeça para olhar ele. Ele tinha segurado meu pé no ar e encolheu os ombros.

— O ato de escrever é uma coisa que flui naturalmente por mim, independente do gênero. Claro que não consigo me ver lançando livros infantis, mas um romance policial não é nada tão absurdamente diferente do que já estou acostumado a fazer. — Ele estreitou os olhos na minha direção e alisou meu pé, me causando arrepios. — E cá entre nós, mocinha, não há nenhuma cena erótica hardcore no capítulo que te entreguei.

Não há? Lembrei de Melanie de quatro na cama, sendo invadida repentinamente por um homem agressivo com fome de sexo selvagem. Se isso para Josh não era hardcore, tinha medo de ler os próximos capítulos.

— Impressão minha ou você está ficando vermelha? — O filho da mãe veio para cima de mim e me fez soltar um grito de surpresa. — Nunca fez sexo, Peach?

— Sai pra lá! — Dei um tapa no ombro dele. — Eu faço muito, muito sexo.

— Sei — o idiota sorriu, com o rosto acima do meu. — Nunca sai do famoso “papai e mamãe”, não é mesmo?

— Claro que não. Sempre coloco o Kama Sutra em prática.

— Entendo. — Josh piscou, enrolando um dedo numa mecha do meu cabelo.

— Pequenina desse jeito, consigo pensar em umas cem posições que podem ser colocadas em prática facilmente com você.

Cem posições? Ele só podia estar me sacaneando, obviamente. Mas, como meu cérebro não tinha certeza disso, entrou em colapso e fez um nervo em minha pálpebra direita começar a tremer. Josh Beauchamp não podia conhecer cem posições do Kama Sutra. Podia?

Sedutora amizade - ADAPTAÇÃO Beauany Where stories live. Discover now