CAPÍTULO 51

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Any

 

Dei um abraço longo em Marylan, a senhora que viajou ao meu lado, e agradeci os votos de um ótimo feriado. Enquanto esperava pela minha bagagem na esteira, aproveitei para fazer contato com Josh.

O meu voo tinha atrasado bastante, pois houve um problema na pista em Nova York e, por causa disso, nossa aeronave precisou aguardar autorização para decolar; o que só aconteceu quase uma hora depois.

Até tentei avisar ao Josh para que ele não chegasse tão cedo no aeroporto, mas como não atendeu ao celular, imaginei que estivesse dormindo.

Novamente, ali diante da esteira reservada para as bagagens do meu voo, liguei para ele. Ao contrário da vez anterior que tinha chamado e ele não atendeu, agora a ligação caiu direto na caixa postal. Se o escritorzinho filho da mãe não estivesse esperando por mim no desembarque, seria difícil encontrá-lo num aeroporto daquele tamanho.

— Josh, Josh... — murmurei, observando minha mala que se aproximava. — Qual o problema de atender o celular?

Coloquei a bagagem no carrinho e saí de lá. Ao passar pelas portas onde pessoas costumavam esperar entes queridos que chegavam de viagem, não avistei Josh Beauchamp em canto algum. Onde diabos ele tinha se enfiado?

Caminhei mais alguns metros até os bancos que ficavam próximos da saída do aeroporto e me sentei ali. Tentei fazer contato mais uma vez. Depois, repeti a ligação. Continuava dando caixa postal.

Ignorei a vontade de jogar o telefone no chão e pisar em cima imaginando ser a cabeça de Josh e respirei fundo. Não adiantava me estressar.

Já que teria que esperar o mocinho dar sinal de vida, tirei mais um capítulo de Identidade de dentro da bolsa e comecei a ler. Estava tensa com um estranho invadindo a casa de Melanie daquele jeito. Era o Assassino dos Números, sem dúvida!

Havia se passado mais de uma hora e meia quando tive uma ideia. Acessei minha agenda de telefone e disquei o número da agente literária dele, pois eu sequer sabia o nome do hotel em que Josh estava hospedado. Rezei para que Joalin atendesse a ligação, apesar do horário ingrato.

— Pois não? — perguntou ela, com uma tremenda voz de sono.

— Joalin, aqui quem fala é Any, amiga do Josh Beauchamp. Desculpe se eu te acordei, mas é meio urgente.

— Oi Any. Aconteceu alguma coisa?

— Mais ou menos. — Encolhi os ombros, frustrada. — Josh comprou uma passagem para que eu viesse encontrá-lo em Los Angeles, só que estou no aeroporto e não consigo falar com ele. Você poderia me passar o endereço do hotel?

— Claro! Vou pegar aqui na minha agenda. Mas está tudo bem com ele, né?

— Espero que sim, porém, só vou saber quando chegar lá. Ele deve ter perdido a hora.

Anotei o endereço que ela me passou no canhoto do meu cartão de embarque e entrei no primeiro táxi que encontrei. Se Josh estivesse em algum lugar daquele aeroporto, nós nos desencontraríamos e a culpa seria toda dele.

Era feriado de Ação de Graças e eu não queria passá-lo com raiva do meu amigo. Tentei me acalmar, pois sabia que não era do estilo dele me deixar esperando em lugar nenhum. No mínimo, deve ter aproveitado muito a festa e foi dormir tarde demais. Eu o conhecia bem, sabia que era um sacrifício tirar o escritor da cama muito cedo.

Meu celular tocou no meio do caminho e não reconheci o número que apareceu na tela. Atendi porque podia ser Josh ligando de algum outro celular.

— Oi.

Sedutora amizade - ADAPTAÇÃO Beauany Where stories live. Discover now