CAPÍTULO 39

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Melanie

A boate estava muito cheia naquela noite e ela ficou ansiosa com a possibilidade de faturar o dobro com o movimento. Cumprimentou algumas das meninas, retocou o batom no espelho e saiu do camarim.

Como fazia todas as noites, Melanie deu uma volta pelo salão para poder avaliar potenciais clientes e, claro, exibir-se para quem tivesse interesse.

Usava uma tanga vermelha apenas com um fio bem fino que entrava na bunda pequena, porém, definida. Os seios estavam escondidos por um sutiã rendado, também vermelho, com bojo meia taça. Nos pés, ostentava uma réplica de um Louboutin, que deixava os músculos das pernas em evidência.

— Que bom que eu te achei! — O gerente do lugar a segurou pelo braço e olhou para Melanie com um olhar suplicante. — O próximo show seria da Penelope, mas ela não veio e não podemos ficar com um buraco de meia hora no palco.

— Hoje não é meu dia de show, Arthur — suspirou a garota de programa.

Melanie olhou com tristeza para o homem de sessenta anos que sempre quebrava todos os galhos para ela e esperou que, daquela vez, fizesse o mesmo.

Se ela fosse para o palco, ganharia muitas gorjetas, mas perderia a oportunidade de pegar algum cliente com carteira recheada para passar o resto da noite.

Aquele era o horário de maior movimento no estabelecimento e também era quando as garotas saíam à caça.

— Sinto muito, Mel. Você é a única que está livre.

Arthur deu um sorriso para se desculpar e saiu. Por mais que ele fosse bom para Melanie, não chegava a ser uma pessoa que desse abertura para discussões.

Se ele mandava, ela fazia. E isso servia para todas as garotas que trabalhavam ali.

Melanie suspirou, resignada. Teria menos de vinte minutos para se arrumar para o show. Ela retornou às pressas ao camarim e tirou uma de suas fantasias do armário.

                             ...

  Os assobios estouraram pelo ambiente quando as luzes se acenderam sobre ela ao subir no palco. Melanie caminhou pela passarela sem conseguir enxergar a plateia enquanto seus olhos não se adaptavam com os refletores.

Calçando botas de vinil que iam até a metade da coxa, uma calcinha preta que não deixava nada para a imaginação e uma camiseta com as letras FBI pintadas em amarelo, ela parou com as mãos na cintura. Fez sua pose habitual e esperou até que a plateia terminasse de ovacioná-la. Aquele era um dos shows mais famosos da boate e os homens enlouqueciam com a interação que Melanie lhes proporcionava.

Embalada pela música, a mulher balançou as algemas no ar e fechou uma ao redor do pulso direito. Então, levou a pequena chave prateada até a boca e a deslizou pelos lábios, mantendo toda a atenção para si. Quando teve certeza de que todos os olhares estavam focados no show, passou a ponta da chave em seu abdômen, desceu pelo umbigo e levou a mão para dentro da minúscula calcinha, guardando ali o objeto de sua liberdade.

Como esperado, ouviu os murmúrios de desejo que se seguiram ao ato e se preparou para começar a dançar. No entanto, foi surpreendida ao olhar numa determinada direção e encontrar os olhos de lince do detetive Smith. O que ele estava fazendo ali?O homem se ajeitou na cadeira com aquela visão. Tinha decidido ir até a espelunca para observar o movimento e tentar encontrar alguma pista. Quem sabe, o próprio assassino fosse revelado.

Sedutora amizade - ADAPTAÇÃO Beauany Where stories live. Discover now