CAPÍTULO 48

448 44 4
                                    

Any

Estava quase atrasada para fazer o check-in, pois na pressa de sair de casa não consegui fazer pelo computador. Enquanto corria pelo aeroporto arrastando minha mala atrás de mim — fui idiota o bastante para não pegar um carrinho —, só conseguia pensar que Josh e eu passaríamos o feriado juntos.

Não sabia se tinha esquecido alguma coisa importante em casa nem se daria tempo de chegar em Los Angeles e comprar alguma coisa para nosso jantar de Ação de Graças, mas pelo menos, o que era essencial estava dentro da minha bolsa: os próximos capítulos do livro novo, que eu leria durante a viagem.

Cheguei ofegante no balcão e a atendente sorriu de forma complacente como devia fazer com todo mundo que se apresentava descabelado diante dela.

Consegui usar o banheiro da sala de embarque antes que finalizassem a chamada para meu voo e, quando eu me sentei na minha poltrona, a senhora ao meu lado sorriu.

— Viajando sozinha, querida? — perguntou.

— Sim, estou — sorri ao responder. — E a senhora?

— Ah, é minha primeira viagem. — Notei que ela fechou os dedos com força ao redor da alça da bolsa. — Não sei se estou com medo ou ansiosa. É sua primeira vez?

Olhei de verdade para a velhinha simpática, que aparentava ter no mínimo uns setenta anos. Pensei em como seria se eu estivesse viajando pela primeira vez e sozinha. Com certeza, ficaria nervosa.

— Não é a minha primeira vez — respondi. — Se serve de consolo, de vez em quando eu também sinto um pouco de medo, mas é besteira. Aviões são muito mais seguros do que os carros.

— Eu espero que sim! — ela riu. — Passo muito tempo da minha velhice tomando remédios e fazendo exames para morrer de acidente aéreo.

Foi a minha vez de gargalhar e aquilo pareceu aliviar um pouco a tensão dela.

Enquanto a aeromoça explicava os itens primordiais para iniciarmos a decolagem, usei esse tempinho para mandar uma mensagem de texto ao avisar que estava embarcando. Em seguida, desliguei o aparelho e o guardei na bolsa.

— Espero não estar sendo intrometida, mas o que vai fazer em Los Angeles? Eu vou encontrar meu filho, que acabou de ser pai. Vou ver meu netinho!

— Mas que maravilha! Parabéns! — Foi a minha vez de ser invasiva e toquei a mão dela, que tremia sobre a bolsa. — Estou indo encontrar meu melhor amigo para passarmos o feriado juntos.

A senhora pousou a outra mão sobre a minha e sorriu. Pude ver que eu tinha sido uma ótima distração ao sentar ali.

— Espero que tenham um ótimo feriado! Ele é um rapaz de sorte e você uma moça muito atenciosa.

— Ah, não somos namorados nem nada do tipo. Apenas amigos.

A senhora soltou uma risadinha cínica e deu um tapinha em meu joelho, olhando para mim de um jeito que deixava claro o quanto me achava boba.

— Ninguém cruza o país só para passar o feriado com um amigo — declarou, ainda com o sorriso no rosto. — É desse jeito que grandes histórias de amor começam.

— Bem, não posso negar que o amo, mas como amigo — frisei. — E estou muito feliz por ele, pois Josh está realizando um grande sonho.

— Minha querida, você já se olhou no espelho enquanto fala dele? Seus olhos brilham!

Suspirei, percebendo que não adiantava insistir no assunto com ela.

Agradeci e recostei a cabeça na poltrona.

Sedutora amizade - ADAPTAÇÃO Beauany Where stories live. Discover now