CAPÍTULO 20

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Josh

Minha vontade era esganar Any por ter feito eu perder um tempo precioso de escrita. Até agora não tinha entendido muito bem o que aconteceu. Estava no meio de uma cena de assassinato quando Samantha me ligou e pediu que eu fosse até a lanchonete buscar minha amiga. Ela não quis me contar o motivo pelo qual estava sendo requisitado, mas larguei tudo e fui.

Para minha surpresa, Any Gabrielly não estava lá quando cheguei. A mãe dela se desculpou, alegando que tinha sido um desencontro de informações e eu precisei esconder minha irritação. Era a cara de Any fazer coisas como aquela.

Estava chegando em casa e estaquei assim que abri a porta. A sala mantinha-se iluminada apenas pela luz que vinha do corredor do apartamento, deixando o ambiente numa penumbra.

De frente para o sofá, havia uma cadeira vazia e logo uma música sensual começou a tocar em algum lugar.

— Any? — chamei minha amiga, sabendo que alguma coisa muito estranha estava acontecendo.

Quando eu achava que ela já não tinha como ser mais louca do que era, Any me surge na sala quase me fazendo enfartar. Ela estava vestida de Mulher Maravilha, dentro de um body que era tudo, menos um body, visto que a tira que unia o sutiã com a calcinha era extremamente fina. Por cima havia uma saia amarela minúscula, que só servia mesmo para tapar o fruto proibido.

— Que porra é essa? — perguntei, chocado demais para sair do lugar. — Você está esperando alguém? Foi por isso que me tirou de casa?

A diaba desfilou até mim e abriu um sorriso sensual, jogando o cabelo para o lado.

— Eu tirei você de casa para poder preparar o cenário sem que me atrapalhasse. — Suas mãos tocaram meus ombros. — Bem-vindo, detetive Smith.

Ah. Meu Deus.

Aquela mulher era completamente louca. Antes que eu argumentasse sobre toda a problemática que envolvia sua ideia absurda, os dedos pequenos agarraram minha camisa e ela me rebocou pela sala.

— Eu não acho que...

— Você não tem que achar nada — ela me cortou. — Eu estive pensando e percebi que aquela nossa ida à boate não foi tão útil pra você porque, afinal, a sua personagem se parece comigo e não com uma das garotas de lá.

— Sim, mas...

— Eu não terminei de falar. — Ela me empurrou de bunda na cadeira e saiu da sala, deixando-me mortificado. Enquanto se afastava, gritou para que eu pudesse ouvir. — Daí eu imaginei que se eu incorporasse Melanie, a ficção se uniria à realidade e sua cabecinha trabalharia a todo vapor.

Suspirei, tentando compreender aquela mente absurda. Any voltou e reparei nos saltos altíssimos que estava usando. Reparei também nos músculos que eu nem sabia que existiam naquelas coxas.

— Peach, o problema é que...

— Cala a boca, homem! — Ela deu um tapa no meu rosto. — A partir de agora sou Melanie, não Peach.

Óbvio que eu não deixaria que a situação se estendesse mais porque era surreal até mesmo para minha mente criativa de escritor. Sendo assim, inclinei o corpo e me preparei para levantar, mas ela foi mais rápida e se sentou no meu colo.

— Onde pensa que vai? — Any levou as mãos até as costas e apareceu com um par de algemas. — Você acha que eu não te conheço?

— O que você tá pensando em fazer? Um showzinho particular pra mim? — perguntei, nervoso. — Sabe que isso não vai dar certo, né? Não necessariamente eu vou sair daqui e escrever cem páginas sobre Melanie.

Sedutora amizade - ADAPTAÇÃO Beauany Where stories live. Discover now