CAPÍTULO 22

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Josh

Deixaria para me culpar depois por estar sendo tão direto com Any, mas eu estava mesmo ansioso para escorregar meus dedos por aquela calcinha manchada que indicava o quanto ela estava lubrificada.

Sentia-me a ponto de gozar dentro da calça, mas nem conseguia pensar em mim. Meu alvo tinha se tornado aquele botão delicado entre as pernas de Peach.

Ela tinha brincado com fogo mesmo quando eu mandei que tomasse cuidado.

Vê-la completamente entregue, apesar de seus avisos ocasionais, deixou-me com mais tesão. Mas eu jamais faria qualquer coisa sem que ouvisse a autorização sair por aqueles lábios grossos e pintados de vermelho.

— Ah, Josh... — Ela levou uma mão ao rosto e eu podia ver que estava envergonhada.

— Onde está a Melanie dentro de você? — perguntei, roçando meu pau e arrancando um suspiro dela.

— Já acabou o expediente dela. — Os olhos castanhos me encararam por uma fração de segundo antes que ela virasse o rosto na minha direção e baixasse os olhos. — Acho melhor não, Josh...

Respirei fundo e enfiei meu nariz dentro do cabelo dela, contando até dez.

Então, beijei o cantinho de sua boca e me afastei. Eu não tinha o direito de insistir em algo que não fazia parte da relação que construímos. Talvez, fosse bom mesmo para não complicar as coisas depois.

— Vou tomar um banho e bater uma punheta antes que minhas bolas caiam — avisei, rindo da minha própria desgraça.

— Eu vou continuar aqui na cama, fingindo-me de morta até cansar.

                          ...

  Depois de finalizar o terceiro capítulo naquela noite, admiti para eu mesmo que precisava agradecer a Any. A brincadeira dela havia me rendido muita inspiração e conteúdo para os momentos em que Melanie precisava trabalhar na boate.

Afastei minha cadeira e girei de frente para a porta, que estava fechada. Tinha saído do banho e preparado uma janta rápida para nós dois, mas Peach ainda estava na fase da timidez com tudo que rolara entre nós. Ela tinha levado o prato para frente do televisor e fingiu estar muito ocupada com o filme para não precisar conversar. Eu a conhecia como a palma da minha mão.

Saí do escritório e desliguei a luz. A caminho do meu quarto, parei na porta dela. Nunca fechávamos nossas portas, a não ser que estivéssemos acompanhados.

Any dormia abraçada a um travesseiro comprido que ela amava e que eu dizia ser substituto de homem. Entrei tomando cuidado para não a acordar e puxei a coberta para agasalhar os pés que ficaram para fora.

Quando fui me inclinar para beijar sua cabeça, os olhos castanhos se abriram e me fitaram. Sorri, pego no flagra.

— Volte a dormir — sussurrei, alisando o cabelo dela. — Só vim cobrir você.

— Fica — pediu, bocejando e levantando o edredom para que eu entrasse em seu casulo. — Estava tendo um pesadelo.

Descalcei meus chinelos e me enfiei ali dentro com ela, passando um braço ao redor do seu corpo e puxando-a para perto de mim. Não era a primeira vez que um invadia a cama do outro no meio da madrugada.

— Quer contar sobre o que era? — perguntei, fazendo cafuné para que ela adormecesse.

— Tinha um rinoceronte me perseguindo em plena Times Square.

Eu queria manter o clima tranquilo e pacato, para que Sarah não despertasse e pudéssemos dormir. Só que não aguentei aquela confissão e soltei uma gargalhada que até nossos vizinhos de andar devem ter escutado. Um rinoceronte? Esperava algum pesadelo sério e intenso, não aquilo.

— Não sei do que você tá rindo — ela fungou e deu uma joelhada em mim. — Você já viu o tamanho do chifre de um rinoceronte?

— Talvez seja o seu subconsciente fazendo uma alusão ao tamanho do meu pau.

Any. levantou os olhos e quase me lançou uma rajada a laser antes de se virar de costas para mim.

— Se você abrir a boca mais uma vez, te jogo pra fora da cama — avisou.

                             ...

  Nossa manhã foi interessante, pois era sábado e Any não trabalhava aos finais de semana. Quando acordou, não teve a desculpa de sair correndo e não olhar para minha cara.

Ela se espreguiçou ao meu lado, jogando as pernas por cima das minhas e virando o rosto. Pisquei, com o cuidado de não falar nenhuma idiotice que a afugentasse.

— Bom dia! — falei.

Ela franziu a testa e bocejou, para em seguida olhar na direção da janela. Se esticou para pegar o celular que estava sobre a mesa de cabeceira e, então, se sentou na cama.

— Merda! — xingou. — Minha mãe vai me matar! Merda!

Any chutou a coberta longe e pulou da cama com pressa. Eu me sentei, ainda sonolento, sem conseguir entender a merda que tinha acontecido. Enquanto ela andava de um lado ao outro, arrumando o que ia vestir, foi impossível desviar os olhos da calcinha que tinha se enfiado na bunda.

— O que está acontecendo? — perguntei, confuso.

— Minha mãe pediu que eu fosse trabalhar hoje porque tanto Newton quanto Pamela, que trabalham nos finais de semana, estão doentes. E papai e ela estão fazendo aniversário de casamento hoje, então já tinham planejado essa folga há semanas. — Ela parou para me olhar, com a toalha de banho na mão. — Não tive como negar porque, se não fosse esse casamento, eu sequer teria nascido.

— Não é o fim do mundo — falei, saindo da cama para deixá-la se arrumar em paz. — Você só vai se atrasar um pouco, eles poderão aproveitar com calma.

As mãos pequenas tocaram em minhas costas e Any me empurrou para fora do quarto.

— Pois é, que bom que você pensa assim, bonitão. Porque prometi a eles que o levaria comigo, já que não tenho como atender os clientes e colocar as comidas no forno ao mesmo tempo.

— Você fez o quê? — eu me vi histérico e por pouco não a asfixiei, mas a criatura entrou no banheiro e bateu a porta na minha cara. — Any, não sei se você percebeu, mas estou no meio de um processo de escrita!

— Melanie e Smith não vão sair correndo, Josh. Eles estarão no mesmo lugar quando você voltar. Vai se arrumar!

Aquilo não podia estar acontecendo. Arrastei meu corpo preguiçoso até o quarto e pensei na roupa mais ridícula que eu poderia vestir, só para irritar Any Gabrielly.

Sedutora amizade - ADAPTAÇÃO Beauany حيث تعيش القصص. اكتشف الآن