02| Reencontros

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"Eles se reencontraram no colégio interno alguns anos depois, e, o Dean, apesar de desconfiar, não quer acreditar que ela é sua ex vizinha."

SENTI MINHAS bochechas queimarem ao perceber alguns pares de olhos sobre mim

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SENTI MINHAS bochechas queimarem ao perceber alguns pares de olhos sobre mim. Sentiam curiosidade em saber quem era a garota nova, eu entendia. Mas entender não tornava a situação menos desconfortável.

Passando os olhos rapidamente pelo lugar, me deparei com Dean Stone acomodado em uma carteira no fundo da sala. Sua cabeça estava apoiada em seu antebraço, quando, como se pudesse sentir o meu olhar, ele a ergueu. De imediato, um "v" se formou entre suas sobrancelhas, confuso por me ver ali. E então, suas íris castanhas se tornaram mais brilhantes e um pequeno sorriso se formou em seus lábios. Fiquei paralisada sem saber o que deveria fazer. O Dean que eu conhecia nunca sorriria pra mim daquela forma... de jeito nenhum.

Sentindo completamente vulnerável, virei o rosto sem devolver o sorriso e me sentei na primeira carteira que vi pela frente.

O que diabos ele está tentando fazer?

Respirei fundo quando o professor entrou na sala e me forcei a prestar atenção em sua aula. Mas era quase impossível sendo que o maldito sorriso não saia da minha cabeça. E então, as lembranças do seu corpo sobre o meu me vieram a mente... mas que merda estava acontecendo com o meu cérebro?

Quase no fim da terceira aula recebi um bilhetinho. De início estranhei, ainda não conhecia ninguém ali. A não ser...

"Fiz algo de errado para merecer o desprezo da bela donzela?"

Revirei os olhos ao confirmar que se tratava mesmo do babaca lá de trás.

Nasceu, talvez?

Murmurei para mim mesma enquanto amassava o papel e jogando-o no chão, em seguida. Não me atrevi a olhar para trás, ignorar era a melhor solução. Dean não voltaria para a minha vida nem morta. Eu me recusava a me autosabotar dessa forma, outra vez.

(...)

Depois de mais cinco horários exaustivos aturando estar na mesma sala que o idiota, o sinal finalmente tocou anunciando o fim das aulas. Suspirei aliviada e comecei a juntar minhas coisas sem pressa, deixando que o aglomerado de alunos na porta se dissipasse.

Quando sobrou apenas eu, me levantei da carteira e comecei a andar em direção a saída, mas fui interrompida com uma mão em meu braço. Mas que droga...

Girei sobre os calcanhares para encarar o garoto de olhos castanhos, e por um milésimo de segundo perdi o ar ao me deparar com ele tão perto.

― Quem é você? ― Sua voz rouca soou causando-me um calafrio na espinha. E isso era bom. Quer dizer, era horrível!

― Aluna nova... ― me forcei a dizer, mesmo que fosse um ato perigoso já que meu cérebro estava começando a dar defeito.

Esse cheiro bom está vindo dele?

Oh, céus...

― Isso pode soar estranho, mas tenho a impressão de que já te conheço de algum lugar. E depois do que aconteceu no corredor... ― suas palavras soavam ansiosas enquanto seus olhos castanhos cintilavam feito duas estrelas.

― O que aconteceu no corredor? ― questionei.

― Você me chamou pelo nome...

― Sim, e não vejo onde isso seja um problema. Na verdade, é bem normal de onde eu venho. O que vocês fazem por aqui, chamam por espécie ou por algum apelido característico? ― as palavras apenas pularam da minha boca, inundadas com sarcasmos. Não pude controlar. E nem sabia se queria.

― Sabe o que eu quis dizer. ― rebateu parecendo nenhum pouco afetado com meus modos. ― Você me conhece, agora, de onde?

― Não sei do que está falando...

― Mas...

― Poderia me soltar, por favor? ― questionei ríspida, descendo o olhar até sua mão que permanecia em meu braço sem motivo eminente.

Não demorou mais de dois segundos para que o garoto afastasse seu toque, deixando um formigamento no lugar.

Oh, céus... como eu me repudiava.

― Eu preciso ir. ― declarei e voltei a lhe dar as costas caminhando para fora da sala de aula.

Mas as palavras que deixaram seus lábios me fizeram paralisar no meio da porta.

― Não tem como você ser ela, tem? ― a voz dele soou curiosamente trêmula e hesitante. Havia algo mais escondido, no entanto, não consegui identificá-lo.

Foquei em acalmar meus batimentos cardíacos e relaxar os músculos que haviam tensionado com o choque daquela frase.

― Continuo não tendo ideia do que está falando. ― Respondi por fim, conseguindo controlar o suficiente minhas verdadeiras emoções, e sai daquela sala o mais rápido que eu pude.

Não tem como você ser ela, tem?

E quem mais eu seria, seu idiota?

Sempre | Melhores momentosWhere stories live. Discover now