29| Fugitiva

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Nada mais a declarar a essa altura.

Apertei a campainha inúmeras vezes, ansiosa pelo momento em que fitaria seus olhos, incrivelmente, castanhos

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Apertei a campainha inúmeras vezes, ansiosa pelo momento em que fitaria seus olhos, incrivelmente, castanhos. Meu coração batia forte contra o peito e minhas mãos estavam trêmulas segurando a barra da minha blusa.

Escutei passos do outro lado da porta, e as borboletas em meu estômago deram algumas cambalhotas. A imensa porta foi aberta, e meus olhos encontraram os seus instantaneamente como imãs. Sorri nervosa ao reparar em seu abdômen despido, vestindo apenas um calção fino. Os cabelos castanhos estavam úmidos e bagunçados. Forcei-me a voltar olhar para seu rosto, que parecia surpreso ao me ver ali. Seus lábios entreabertos eram convidativos, porém joguei o pensamento para longe.

- Há quatro meses atrás... - Comecei a falar. Não era a melhor forma de começar uma conversa, mas eu precisava de algumas respostas. - No dia que discutimos no estacionamento da faculdade, acordei na manhã seguinte sem memórias daquela noite. Algumas semanas atrás descobri que foi você quem me buscou no bar e me trouxe para casa. Adams me contou que ligou para ele... - Respirei fundo. - O que exatamente aconteceu aquela noite?

Dean hesitou um pouco, porém não durou muito.

- Eu te trouxe até em casa, te fiz tomar um banho, dei aspirina e depois você apagou. - Disse por fim.

- Está mentindo. - Indaguei um pouco ríspida. Dean me encarou um pouco surpreso, mas se recompôs em seguida.

- Não, não estou! - Afirmou me encarando sério.

- Claro que está! Quando acordei no hospital, de primeira achei que tivesse sido apenas um sonho; meu subconsciente me pregando uma peça, mas foi tudo real.

- O que quer dizer com isso? - um v se formou entre suas sobrancelhas.

- Você disse que estava indo embora e então nós brigamos... acabei dizendo coisas que não deviam ser ditas... - Parei de falar, sentindo minhas bochechas tomarem um tom mais rosado. Me sentia horrível por ter dito todas aquelas mentiras.

- E o que mais? - Me incentivou a continuar.

- Você disse que não queria me deixar, eu pedi para que ficasse, e nós dois choramos juntos até que eu pegasse no sono. - Murmurei. Dean me encarava intensamente, deixando-me desconfortável e eu mal conseguia olhá-lo nos olhos.

- É só disso que se lembra? - Perguntou curioso.

- Também me pediu para não desistir de nós, que você voltaria... mas por quatro longos meses Dean Stone foi um fantasma. Nenhum e-mail, ou ligação! O que aconteceu?

- Alec Adams foi o que aconteceu. Vocês apareceram juntos aquela manhã como um casal. - Disse com as feições sérias, e punhos cerrados.

- Precisamos parar com isso! - Falei.

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