39| Ferido

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         Às vezes eu costumava acordar de um sono longo, achando que os últimos três anos da minha vida não haviam se passado de um sonho feliz

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         Às vezes eu costumava acordar de um sono longo, achando que os últimos três anos da minha vida não haviam se passado de um sonho feliz. Contudo, quando a primeira coisa que sentia era seu perfume inebriante e o calor do seu corpo aquecendo o meu, minha alma se aquecia de felicidade, fazendo com que um despercebido sorriso enfeitasse meus lábios. Me virei na cama, encontrando o homem da minha vida ainda dormindo. Seus braços permaneciam em volta da minha cintura, segurando-me como se tivesse medo de que eu fosse desaparecer a qualquer instante. Fechei os olhos e por um tempo me permiti ficar ali, imóvel, temendo que qualquer movimento meu, por menor que fosse, pudesse acordá-lo de seu sono profundo. E só Deus sabia o quanto ele precisava disso. De um sono calmo e longo, onde pudesse recuperar todas as energias perdidas nos últimos meses. Voltei a abrir meus olhos para poder admirá-lo silenciosamente. Com as pontas dos dedos afastei uma mecha de cabelo que caía sobre seus olhos, e o mesmo se mexeu me puxando mais para si. Precisei morder os lábios para que a minha risada não o acordasse. Ao constatar que ele ainda estava realmente dormindo, voltei a contemplar seu rosto angelical. Primeiramente, fitei seus cílios negros longos e expressos. Depois, desviando a atenção até seus lábios macios, precisando controlar a necessidade que tinha de tocá-los. Alguns instantes mais tarde, com o meu dedo indicador, passei a traçar linhas imaginárias pelas centenas de pintinhas que o moreno tinha pelo corpo. Elas me lembravam constelações e eu as adorava por isso.

― Por quanto tempo pretende me olhar dormir? ― Me assustei ao escutar sua voz rouca soar. Dean permanecia de olhos fechados, mas um sorriso bobo ia crescendo em seus lábios aos poucos.

― Você não me deu muita opção, me segurando dessa forma. ― informei em tom zombeteiro.

Seus olhos castanhos se abriram lentamente, fitando os meus com intensidade e seus lábios se esticaram em um sorriso de canto. Dean era tão bonito quanto um anjo e ao acordar, então...

― Não posso controlar te querer, mesmo que seja inconscientemente...

― E eu não estou reclamando!

― Sei que não... ― Dean se inclinou e depositou um beijo sobre minha cabeça.

― Deveria voltar a dormir... ― Sugeri ao ver que o mesmo ainda tinha a expressão cansada, mesmo que já estivesse suavizada.

Voltei a passar lentamente meu dedo indicador pela sua pele quente, traçando minhas próprias constelações.

― Acho que já dormi o suficiente...

― Tem certeza? Acho que não te admirei o suficiente... ― Travei seu olhar no meu, observando-o se tornar de marrom quente, quase vermelho.

De súbito, o moreno se posicionou sobre meu corpo, apoiando o braço esquerdo no colchão ao lado da minha cabeça e a mão direita usou para afastar uma mecha de cabelo do meu pescoço.

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