10| Você não é um monstro

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"AMO ESSA CENA!!
Paul irrita o Dean, que usa isso para descontar sua raiva do Max e do mundo."

― Vou te dar três chances para me convencer a não quebrar o braço do seu amiguinho, Phillips. ― Declarei, à medida que torcia um pouco mais o braço direito de Caradoc, recebendo um gemido de agonia em resposta.

― Você vai ser expulso seu grande idiota! ― Vociferou quase no mesmo instante.

Tisc...

Balancei a cabeça de um lado para o outro enquanto um sorriso divertido surgia em meus lábios. Não dava para acreditar que ele me conhecia tão mau.

― Se esforce um pouco mais, cara... parece até que está fazendo de propósito. ― Max Phillips bufou alto com impaciência, mas não falou até que um minuto inteiro houvesse se passado. E quando finalmente o fez, seu corpo parecia em conflito.

― Não vai querer fazer isso na frente dela.

Os músculos da minha mandíbula se retesaram com a simples menção dela. Não dava para acreditar que ele estava usando a própria namorada para proteger o babaca. Senti vontade de rir com a fodida situação, mas me contive, pois nem mesmo a minha ex vizinha me faria parar antes do tempo.

― Última chance, Phillips. ― avisei com frieza, tomando cuidando para encara-lo nos olhos enquanto isso. Todos precisavam saber que eu estava falando sério, principalmente ele.

Só mais alguns segundos...

― Esse não é você, Dean... ― Foi a voz da Scott quem soou dessa vez, trêmula e melancólica, transformando cada célula presente em meu corpo em algo frágil e destrutivo. Cada pedaço de mim esteve ciente da presença dela desde o meu primeiro segundo no refeitório, e meus olhos a tinham perseguido incansavelmente por longos minutos, mas escutar a voz dela era diferente. Escutar meu primeiro nome soando dos seus lábios era diferente. Sem conseguir mais me conter, meu olhar encontrou o seu pela primeira vez em sete dias fodidos, e assim como achei que seria, eu quebrei. Bem ali, na frente de todo mundo. Porquê eu a queria mais que qualquer coisa, e não podia nem mesmo alcança-la. Nunca. Olhos castanhos arregalados e decepcionantes não deixavam espaço para contestação. Afinal, o garotinho que a mesma conhecia tinha se transformado em algo muito pior do que o antigo Stone, certo?

"O beijo não significou nada..."

― Você não fazia ideia de quem eu era antes, Scott, e não faz ideia de quem sou agora. ― Afirmei por mais dolorosa que fosse a verdade.

Eu tinha passado minha infância interpretando um papel de garoto feliz e inquebrável. E agora ela simplesmente havia se negado a conhecer quem eu realmente era ou quem havia me tornado.

― Olhe pelo lado bom... ― desviando minha atenção para Caradoc, murmurei sobre seus uivos de dor. ― Não é o seu joelho.

(...)

Sempre | Melhores momentosWhere stories live. Discover now