36| Cinderela

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Postarei todos os capítulos que escrevi do terceiro livro. São 12 ao todo. Aproveitem, pq são os melhores.

Ao ler a mensagem pela primeira vez, ainda na presença do Sr. Abdalla, algo dentro do meu íntimo me avisava com quem Dean realmente estava. Mas eu também não queria me entregar completamente a paranóia; talvez a mensagem não tivesse nada a ver com aquela mulherzinha e meu sexto sentido tivesse se enganado... no entanto, eu não conseguia pensar em uma boa justificativa por trás da mentira. E todos os meus pensamentos só me levavam à diretora de Marketing da empresa.

Antes que pudesse me dar conta, meu rosto já se encontrava banhado pelas lágrimas que escorriam teimosas pelos meus olhos. Eu sentia muito medo de sair daquele maldito banheiro e encontrar algo muito ruim me esperando do lado de fora.

E se ele estiver realmente com a Miller?

E se eles...

Balancei a cabeça de um lado para o outro, tentando afastar os pensamentos destrutivos da minha cabeça. Determinada a sair daquele banheiro com a cabeça erguida, mesmo que isso me custasse uma decepção, tirei um lencinho da minha bolsa e comecei a arrumar minha maquiagem borrada. Sai do banheiro bem melhor do que quando tinha entrado, estava certa de que não ficaria agindo como uma adolescente e que Dean precisava me dar uma boa explicação, se não quisesse dormir nos vizinhos.

Com os olhos atentos por todo o lugar, eu procurava por possíveis lugares onde meu marido poderia ter se metido. Alguns minutos depois, o vi sair de uma das salas que ficavam em um lugar mais privado dentro daquele inferno. Ele ainda não tinha me visto ali, parecia bem ocupado arrumando o terno. Comecei a andar até o mesmo, e o som dos meus saltos se chocando contra o chão pareceu chamar sua atenção. Quando seus olhos encontraram os meus, percebi algo que não via neles há muito tempo. Desespero. Dean começou a caminhar em minha direção nervoso.

Algo estava errado.

― Vamos embora. Agora! ― Anunciou me puxando pela mão, mas não me movi. Não conseguia. A imagem da Samara saindo da mesma sala que ele, fez meus pés grudarem no chão. Aquilo só podia ser um maldito de um pesadelo... Meu coração batia tão alto dentro do peito, que conseguia escutar a pulsação em meus ouvidos. O sangue havia sumido do meu rosto e minha vista estava negra de tanta raiva que sentia. Um enjoo me subiu a garganta quando a idiota ainda teve a ousadia de piscar na direção dele, desconsiderando completamente minha presença. E então, ela sumiu na direção oposta.

Me afastei do seu toque sem se importar com mais nada, além da repulsa que sentia por aquele homem. Não falei nada, pois também não estava afim de ouvir. E antes que pudesse dar um showzinho naquele maldita festa, comecei a me mover para longe do idiota.

Mas era óbvio que Dean não me deixaria em paz, tanto que puxou-me pelo braço.

― Eu posso explicar o que aconteceu... ― Sua voz soou calma e apelativa.

― Não quero ouvir nenhuma desculpa fajuta. Não vou deixar que me manipule dessa forma... ― Não havia mais o que explicar, ele fedia a ela e isso era prova suficiente.

Dean largou meu braço rapidamente e recuou alguns centímetros, surpreso com minhas palavras.

― O que? Acha que manipulo você?

― É, eu acho sim. ― Admiti sentindo um gosto amargo na boca. ― Já que durante todo esse tempo achei que não havia chances de ser traída, enquanto todas as evidências estavam bem embaixo do meu nariz.

Durante todo o tempo não encarei seus olhos, não consegui. Era medrosa demais. Tinha medo de ver a verdade dentro deles e não gostar nenhum pouco.

Não seja tola!

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