08| Amar você será meu fim

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"Anna Lis tenta dar um basta nas coisas entre eles, mas acaba descobrindo que é tarde demais."

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ME ESCOREI EM UMA parede próxima e deslizei até o chão frio, escondendo o rosto entre os joelhos e finalmente dando lugar às fodidas lágrimas. Solucei e gritei até sentir minha garganta reclamar de dor.

Não quero amar você, porra. Isso vai me destruir...

Mesmo que ele dissesse estar diferente, mesmo que seus gestos fossem diferentes... nós quebraríamos, porque não havíamos sido feitos para ficarmos juntos. Insistir apenas machucaria mais.

― A música estava errada... ― a voz conhecida cortou o silêncio ensurdecedor do auditório. Olhei para cima, encontrando-o parado há alguns metros de distância. ― E você sabe disso.

Dean tinha os cabelos bagunçados, a postura exausta e grandes bolsas pretas abaixo dos olhos. A gravata vermelha pendurada em volta dos ombros largos estava desatada e as mangas da camiseta haviam sido dobradas na altura um pouco abaixo dos cotovelos. Senti minhas bochechas esquentarem conforme a realidade recaia sobre mim. Ele tinha me pego chorando por uma música idiota que deveria ser exatamente o ponto final para o nosso joguinho de gato e rato.

― Vá embora, por favor. ― Pedi enquanto lutava contra um soluço.

― Precisamos conversar. ― ele disse.

― Não, nós não precisamos! ― afirmei, voltando a descansar a bochecha sobre meu joelho. Tudo para não precisar continuar encarando-o.

― Porra, Scott, você sabe que o que cantou foi uma mentira ou não estaria aqui. ― Senti ele se aproximando.

― Não ouse chegar perto de mim. ― Minha voz, mesmo com esforço, saiu embargada pelo choro.

Dean recuou no mesmo instante.

― Você não cansa mesmo de fazer da minha vida uma bagunça, não é? ― me levantei. ― Mas se não quiser entrar em problemas, deve me deixar em paz, Stone. Viva a droga da sua vida e me deixe viver a minha. Não somos mais crianças, não precisa continuar insistindo em um brinquedo que não pode ter somente por capricho.

― Deixei de agir feito criança há muito tempo, Lis, e posso lhe assegurar que não a vejo como um objeto descartável. ― Rebateu, a voz tão fria quanto a morte.

― Então me deixe ir, droga... me deixe ir antes que isso me destrua.

― Foi isso o que fiz durante nove anos, Anna Lis, e olha onde nós estamos. Só precisamos coexistir no mesmo plano para machucarmos um ao outro.

― O que sugere que façamos, então? ― Cuspi com rudeza. ― Ignorar o passado e viver um conto de fadas perfeito?

― Falando assim parece ridículo...

Sempre | Melhores momentosWhere stories live. Discover now