23| Eu achei que tinha superado

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Depois do babado na casa da Anna Lis, Dean fez uma viajem a trabalho 

e nossa mocinha confundiu as coisas.


Era sexta-feira à noite, e nós dois concordamos que precisávamos sair um pouco para esquecer os problemas, apenas por uma noite

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Era sexta-feira à noite, e nós dois concordamos que precisávamos sair um pouco para esquecer os problemas, apenas por uma noite. No começo, Alec tentou me fazer ir a uma festa, mas nem a sua cara de cachorro pidão foi capaz de me fazer topar. Eu odiava festas mais que qualquer outra coisa. O barulho exagerado, o cheiro de suor misturado com álcool e o amontoado de pessoas, me causavam náuseas só de pensar. Muito a contragosto, meu amigo aceitou minha sugestão de irmos ao cinema. Tínhamos escolhido uma comédia romântica, com direito a pipoca e refrigerante. O filme parecia ótimo e engraçado, mas deixei de prestar atenção na metade, quando o rapaz ao meu lado, entediado, começou a jogar pipoca doce na cabeça das pessoas. Quando alguma das pessoas atingidas procurava pelo culpado, Alec grudava os olhos na tela, fingindo estar entretido com o filme. E quando desistiam de procurar o responsável pela chuva de pipoca doce e voltavam sua atenção para o telão, o rapaz recomeçava tudo de novo.

Adams continuou com isso por longos minutos, até que um homem alto e cheio de músculos se virou em nossa direção, e deu início a uma lista de xingamentos direcionados a nós. Mas não ficamos para escutar tudo. o senhor arremessador de pipocas, me puxou pelo pulso e começamos a correr pela sala escura, gargalhando feito dois idiotas. Paramos, apenas, quando chegamos no lado de fora do cinema. Tínhamos a respiração pesada, enquanto o vento frio batia em nossos rostos. Alec ainda sorria e sua mão ainda segurava a minha. Depois de toda aquela adrenalina, fomos até uma lanchonete perto da faculdade. O lugar tinha uma decoração retrô, em detalhes vermelho e amarelo. Muito aconchegante por sinal. Apesar de sempre passar pela frente nunca parei para entrar, então fiz uma nota mental para voltar mais vezes. Em poucos minutos nossos pedidos já estavam postos sobre a nossa mesa, e enquanto comíamos falávamos sobre coisas banais e rimos de coisas idiotas. E foi naquele momento em que percebi que nunca havia realmente reparado no capitão. Em como suas íris azuis ganhavam uma cor intensa quando ele falava sobre o futebol, ou nos pés de galinha que se formavam no cantinho dos olhos quando o sorriso era sincero. Ou em como sua risada era exagerada, quando estava totalmente à vontade, e se esquecia do seu personagem de cara perfeito. Muito menos no sinalzinho minúsculo que se escondia no cantinho do seu lábio esquerdo. Era curioso a forma em que Alec havia se tornado outra pessoa aos meus olhos em questões de semanas. Ele não era mais um clichêzinho da faculdade, onde usava e abusava das meninas e depois descartava. Não era mais o cara desprezível e sem sentimentos que eu acreditava ser. Alec Adams era apenas um jovem comum, com problemas comuns e sentimentos comuns. Era um ótimo amigo e cuidava das pessoas que amava. Talvez não se tratasse apenas de um personagem, talvez, ele fosse realmente um cara perfeito.

Seu rosto ainda carregavam marcas da briga no final de semana passado. Havia uma mancha verde com alguns tons de amarelo na maçã do rosto. O corte no supercílio ainda estava em processo de cicatrização, mas ele nunca esteve tão atraente... Eu estava ciente de que pensar assim sobre meu amigo era errado. Tínhamos uma boa amizade, porque eu tinha que confundir as coisas?

Sempre | Melhores momentosWhere stories live. Discover now