38| Gold Bet

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Abri os olhos vagarosamente, me acostumando com a luz que entrava pela janela aberta. Meu corpo ainda se encontrava extasiado com os acontecimentos da noite passada; ainda conseguia sentir a textura dos seus lábios sobre a minha pele; sensação maravilhosa.

Rolei na cama atrás de encontra-lo ainda em sono profundo; fazia tempo que não o observava dormir. Mas fui surpreendida ao me deparar com o seu lado da cama vazio. E logo em seguida, meus olhos o encontraram na poltrona encostada na parede. Seu tronco ainda permanecia desnudo, porém vestia o mesmo calção fino. O cabelo estava bagunçado e as olheiras abaixo dos seus olhos o entregavam sobre uma noite mal dormida.

― Hey... ― Falei, me sentando no colchão.

― Hey... ― devolveu sem ânimo, baixando a cabeça. O sorriso bobo em meus lábios murchou quase instantâneamente. ― Antes de irmos embora precisamos conversar. ― Voltou a dizer e percebi a seriedade em cada palavra. Seus olhos permaneceram no piso do quarto, como se estivesse evitando um contato direto.

― Estou ouvindo. ― Me forcei a dizer, mesmo que cada átomo do meu corpo quisesse fugir dali o mais rápido possível. Dean não me assustava mais; esse não era o problema. O problema era as verdades dolorosas que aquela conversa traria à tona. Elas sim me amedrontavam.

― Eu não tenho nada a ver com a louca da Miller. ― Iníciou.

― Eu sei. Agora eu sei...

― Me deixa terminar, por favor! ― Pediu e voltei a me calar. ― Ontem, quando decidimos nos separar para procurar pelo... Abdalla. ― Dean praticamente cuspiu o nome do homem. ― A Samara apareceu dizendo que precisávamos discutir algo importante sobre o departamento de marketing e como um idiota, acreditei.

― Surpreendentemente acredito em você, Dean. Mas ainda não consigo entender o porquê de ter mentido, ou de como o cheiro dela foi parar na sua roupa... ― Não consegui controlar a boca. No entanto, ele não pareceu se importar com a minha pequena intromissão e respondeu calmamente:

― Por todo esse tempo esteve certa sobre as reais intenções da Samara, e sobre o fato dela não ter escrúpulos. Quando recebi sua mensagem, a mulher havia nos trancado na sala e escondido a chave entre os ceios enquanto dizia um monte de merda sem sentido e tentava me agarrar.

― O que ela dizia?

― Dizia que me amava e que tinha reparado nos meus olhares sobre a mesma. Que eu não estava feliz com a minha família e precisava de mais diversão...

"Vadiazinha maluca." Resmunguei, sentindo o sangue borbulhar em minhas veias. Quem ela pensava que era para insinuar que meus filhos e eu não eramos bons o bastantes?

― Eu estava ciente do quanto ela te incomodava e mesmo assim tinha ignorado todos os sinais, porque estava ocupado demais com o trabalho para ter que lidar com coisas banais. ― Soltou um suspiro frustrado. ― Estava envergonhado por ter deixado as coisas saírem do controle. Foi por isso que menti; queria resolver o problema sem precisar preocupa-lá ainda mais.

― Como saiu da sala? Não pegou a chave dela, pegou? ― Falei, torcendo o nariz em desgosto.

― Não! Samara acabou me entregando por simples e espontânea vontade depois de ter ameaçado demiti-lá. ― disse. ― Mas a verdade é, que ela já estava fora da empresa apartir do instante que desrespeitou a minha família. ― Respondeu ainda sério, me pegando desprevenida com a sua confissão.

Samara estava finalmente fora das nossas vidas?

Um sorriso se alastrou pelos meus lábios ao mesmo tempo que uma onda de alívio inundava meu peito. No entanto, o sorriso desapareceu subitamente quando me lembrei da forma como o havia tratado.

Sempre | Melhores momentosWhere stories live. Discover now