Ciúmes

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Dor. Naquela manhã Freen acordou carrancuda. Havia dormido mal a noite inteira por conta de uma dor nas costas, precisamente abaixo das omoplatas e que irradiava para seu pescoço. A garota frequentemente precisava ir a massagista para retirar os nós que se formavam com uma rapidez incrível em seu corpo. Já havia trocado de cama, de travesseiro, de cama de novo e nada parecia resolver de forma duradoura o problema, fazendo com que os seus dias preferidos no mês fosse quando ela abria a porta da sala da massagista.

Mas hoje não era dia de massagem, hoje era dia de gravação. Primeiro dia. E ela se sentia uma merda.

Pegou o celular e acessou o Line, não precisando se esforçar para localizar o contato de Becky uma vez que ela estava sempre no topo.

🐰
“ bom dia, raio de sol 🌞
Dormiu bem bb?
Leva pra mim aquele seu travesseiro de pescoço, estou com uma dor terrível.
Preciso de massagem 😬”

Enquanto aguardava a resposta, Freen se levantou e foi ao banheiro tomar banho. Deixou a água quente cair durante longos minutos onde mais se sentia dolorida, suspirando aliviada quando a dor cessava. Se pudesse ficaria ali o dia todo. Era isso! Água quente e a massagem de Becky eram as únicas coisas capazes de colocar um sorriso em seu rosto agora, e enquanto soltava involuntariamente gemidos abafados pelo som da água corrente, Freen se pegou em flagrante imaginando Becky ali com ela. Massageando-a... a ponta dos seus delicados dedos pressionando nos lugares certos, em aspiral, na horizontal...Freen apertou os olhos com o intuito de intensificar essa imaginação. Viu o rosto de Becky bem de perto, suas sardinhas, seu nariz afilado, seu cabelo estava molhado e tocava o meio de suas costas. O olhar de Freen descia lentamente, apreciando cada mínimo detalhe dela. Percebeu com admiração que ela tinha uma pintinha no vale entre seus seios... e ela estava nua. A garota sentiu seu rosto queimar imediatamente e um calor crescer vagarosamente pelo seu corpo molhado, iniciando na pontinha do pé e parando em seu ventre.

- Garota.. para com isso. - Freen murmurou para si mesma, mas era como se falasse com outra pessoa. Pegou o shampoo e colocou um pouco na mão, massageando seu couro cabeludo em seguida em uma tentativa fracassada de parar de pensar em tudo aquilo. - Meu Deus, não são nem 08:00. Ela é sua amiga. – Repetiu para si mesma. No entanto, o fantasma de Becky parecia não querer abandonar seus pensamentos e começou a se tornar cada vez mais ousada em seus toques, descendo dos seus ombros para o meio da suas costas e lentamente fazendo menção de circular seu corpo e atingir sua barriga.. seus seios..

- Becky, para! – Freen subitamente explodiu. Seu coração batia rápido e forte, sua respiração entrecortada. Olhou em volta como para reafirmar que estava realmente sozinha e se sentiu ridícula por ter pedido para Becky parar em voz alta. Mas por que pareceu tão real? Freen enfiou a cabeça debaixo da água como se aquilo fosse capaz de limpar seus pensamentos e fazê-la voltar para a realidade. Ainda atordoada, terminou de tomar seu banho e saiu do banheiro, um pouco do seu juízo voltando assim que o vento gelado bateu em seu corpo. Se trocou rapidamente e pegou seu celular para verificar se Becky havia respondido. Havia 2 mensagens.

“bb💖🦦
Bom dia, moça linda!
Seu pedido é uma ordem, e quanto a massagem... você nem precisa pedir. “

Freen sorriu e sentiu suas bochechas corarem. Adorava ser mimada pela garota mais nova, se sentia realmente bem em pensar que todos precisavam pedir, mas ela... ela nem precisava. Becky tinha total disponibilidade para ela.

O clima havia melhorado em vista de 2 semanas para cá. A chuva cessou e deu lugar a um belo céu limpo com algumas nuvens aqui e ali. Freen suspirou feliz. Enquanto descia pelo elevador que dava no hall principal de seu condomínio, permitiu-se apreciar o momento em que se encontrava agora na vida. Morava em um lugar aconchegante em Bangkok e principalmente sentia-se orgulhosa de pagar por ele com seu dinheiro. Possuía pouquíssimos, mas bons amigos. Tinha uma família amorosa. Havia Becky. Sua carreira estava prestes a entrar em seu melhor momento e seus fãs eram os melhores do mundo. Freen sentia-se muito abençoada por tudo aquilo.

Estacionou seu carro na última vaga disponível na fileira do estacionamento ao lado do estúdio. Hoje iriam dar início a semana de gravação do primeiro trailer da série. Como se tratava de um trailer promocional, o cenário, as roupas, tudo seria diferente da versão final da série que começaria a ser gravada em breve. Apartir desse trailer teríamos uma noção do quão bem recebido a série seria, principalmente por ser o primeiro GL da Tailândia. Um misto de nervosismo e ansiedade formavam um bolo na minha barriga e eu só podia esperar que passasse em breve.

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