Amizade

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You give me feels and I
Know that it, know that it, know that it's real
You give me, you give me feels
You give me feels and I
Know that it, know that it, know that it's real
You give me, you give me feels

Becky virou o rosto para repousar em meu ombro. Estávamos deitadas no sofá do camarim na pausa de 1 hora para almoço após uma manhã intensa de gravações. Becky estava com dor de estomago, não quis almoçar mesmo que eu insistisse para ela comer um sanduiche. Eu estava com fome, mas não queria deixá-la sozinha apesar de ela ter quase implorado para que eu fosse pois ainda iriamos gravar no período da tarde, sendo assim estávamos as duas teimosas deitadas no sofá ouvindo música, meu braço envolvendo seu corpo e ela repousando a cabeça no meu ombro.

Tocava Kehlani no fone. Feels.

- Essa música é linda. – Becky sussurrou. Seus olhos estavam fechados e ela respirava suavemente, vez ou outra torcendo o nariz quando sentia seu estomago reclamar. Seu braço repousava no meu peito e eu me senti um travesseiro gigante daqueles que você usa para dormir abraçada, no entanto eu não estava reclamando, eu gostava de abraçá-la. Muito.

- É mesmo. – Sorri levemente. – Está melhor, baby?

- Estou sim, mas fica mais um pouco abraçada comigo. – Becky sussurrou, sua voz manhosa derretendo meu coração.

- Eu não vou a lugar nenhum. – Me aconcheguei melhor no sofá para ficarmos mais confortáveis. Faltava alguns minutos ainda antes de termos que voltar e eu já estava triste pois iria perder seu conforto, seu calor.

Becky estendeu o braço e pegou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Sua palma era macia e sua pele estava quente, contrastando com a minha que estava gelada. Becky colocou nossas mãos em cima da minha barriga, aleatoriamente iniciando uma guerra de dedos. Apesar de pequena, Becky era forte e ágil e estava ganhando todos os rounds.

- Não quero mais. – Bufei, indignada depois de ter perdido várias vezes. Becky ria toda alegre, seu jeitinho feliz desmanchando minha falsa carranca rapidamente.

- Bad loser – Becky cantou provocante. Ela adorava me ganhar nessas competições aleatórias que criava.

- Eu estou em desvantagem! – Falei fingindo estar brava. – Você faz vários esportes, está em forma. Eu, eu... não faço nada. – Dei de ombros. A garota sorriu e pegou com a ponta dos dedos o biquinho que tinha se formado no meu rosto.

- Admita que eu sou a melhor. – Ela sorriu provocante. – Vai! – O sorriso presunçoso em seu rosto não parava de crescer.

Urgh, aquela garota.

Cruzei os braços no peito e selei os lábios. Eu não ia admitir nada pra ela. Não dessa vez.

Ou era o que eu achava.

Sabendo exatamente como me fazer ceder, ela utilizou uma técnica que sempre funcionava e sempre me fazia sentir a garota mais boba do mundo.

- P'freen? Você ainda está ai? -  Ela começou a questionar em voz alta enquanto girava a cabeça como se procurasse por alguém . – Poxa, acho que estou sozinha. - Ela deu de ombros. - Melhor eu ir embora então. – A garota começou a se levantar, seus braços se desvencilhando de Freen.

Eu tentei, juro que tentei, mas fingir não se importar com sua ausência era algo que eu nunca iria saber fazer. Enquanto via ela se afastando cada vez mais, um impulso percorreu todo meu corpo e transpassou meus lábios sem sequer eu aprovar aquele comando.

- Não! – Eu deixei escapar. O biquinho que se formou em meu rosto foi inevitável, meus olhos brilhando de expectativa. Não adiantava fingir ou tentar me fazer de difícil, ela me conhecia muito bem. - Volta aqui. - Pedi firmemente.


Becky soltou uma gargalhada vinda diretamente do coração, sua expressão nitidamente satisfeita. Ela se aproximou novamente e tentou voltar a posição original, mas acabou ficando mais inclinada do que antes.  Seus olhos brilharam em expectativa enquanto eu sentia seus cabelos tocarem meu pescoço, formando uma espécie de cortina ao nosso redor.

- Admita então. – Aquele maldito sorriso não deixava seus lábios. Subitamente me dando conta da posição em que estávamos, fiquei nervosa. Senti meu coração começar a bater mais forte como se estivesse em uma maratona. Abri e fechei as mãos rapidamente para tentar dispersar aquele calor que crescia cada vez mais dentro de mim. Daquela distância era possivel observar todos seus detalhes nitidamente e eu me peguei viajando nisso por um breve segundo.

Engoli em seco quando meus olhos pousaram de relance em seus lábios.  – Você é a melhor, bec. – Respondi já sem nenhuma armadura, completamente entregue.

Secret Crush on YouWhere stories live. Discover now