Capítulo V

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As últimas semanas do ano letivo, Yuto e Katsuo tinham sido aprovados graças a intervenção de Miwa, quem foi conversar direto com o diretor para falar sobre a injustiça e pedir que as provas fossem reaplicadas nos dois, algo que aconteceu, mas foi feito na semana do torneio, assim a dupla de amigos não pode ver os colegas duelando, mas eles haviam sido aprovados na escola, era isso que importava para eles.

Katsuo terminava de vestir uniforme estilo militar, ele fechou o último botão do casaco e penteou o longo cabelo para prendê-lo num baixo rabo-de-cavalo, depois saiu do quarto e desceu a escadaria, indo para o saguão, onde Tsubaki, com um quimono azul-escuro com flores rosas, esperava.

–Me perdoe se estivermos atrasados– Pediu o rapaz, timidamente.

–Chegaremos antes da formatura começar, tenho certeza– A sacerdotisa abriu a porta.

Eles adentraram a minivan, que estava parada na frente da casa, a feiticeira ajeitou o cinto de segurança e clicou no botão que abriria o portão, dando partida assim que o marido se acomodou no assento ao lado. A viagem foi silenciosa como sempre, Katsuo tremia de nervosismo porque sabia que ficaria diante da escola na hora de receber o diploma, mas se sentia feliz por não ter sido escolhido para discursar, a cidade logo ficou visível e, em minutos, o colégio também.

–Sua família está ali– Avisou Tsubaki, desligando o automóvel.

–Vo-você virá junto?– Perguntou o rapaz, envergonhado.

A moça assentiu, pois dificilmente falaria com alguma daquelas pessoas e poderia se esconder entre os familiares do samurai que já os esperavam do lado de fora da minivan. Os estudantes do último ano e suas famílias adentravam a grande construção e se direcionavam para o amplo saguão, onde inúmeras cadeiras estavam posicionadas de modo que sobrasse pouquíssimo espaço para caminhar entre elas, a cerimônia foi iniciada e, após o discurso do diretor, os alunos receberam seus diplomas e palavras amigáveis dos docentes, depois retornavam para seus assentos nas primeiras fileiras, por fim, uma magra e baixa aluna foi chamada e fez o discurso motivador, o qual recebeu aplausos e elogios gritados pelos demais estudantes. Katsuo e Yuto se levantaram e caminharam para a saída a fim de encontrar seus familiares, ganhando abraços e elogios.

–Agora deve encontrar um emprego– Começou Takeshi, enquanto eles se afastavam dos demais.

–Eu irei– Katsuo assentiu.

–Lembre que eu não te indicarei em lugar algum– Avisou o patriarca, sério.

–Ele já está indicado para um lugar, não precisa se dar o trabalho de ajudá–lo, senhor– Falou Tsubaki.

Takeshi encarou a nora, realmente não suportava aquela garota desde que a conheceu.

–Sa-Sakurai-senpai!– Chamou uma delicada voz feminina.

A dona da voz era uma garota magra e mais alta que a sacerdotisa, o longo cabelo estava solto, a curta saia preta franzida terminava acima das longas meias escuras e a blusa negra abaixo da gravata vermelha destacava os grandes seios dela, Katsuo se virou e fez uma reverência, cumprimentando a jovem desconhecida e perguntando o que ela desejava.

–Seu-seu segundo botão do casaco– Respondeu a colegial, ruborizando.

–Ele só existe e ganha uma declaração de amor indireta dessas– Resmungou uma voz masculina de origem desconhecida.

–Me-me perdoe, eu-eu... não-não posso... entregá-lo– O samurai não acreditava que havia recebido aquele pedido, se não estivesse comprometido, tentaria ser mais amigável com a garota.

–Entendo– Ela fez uma reverência e correu, desaparecendo no meio da multidão.

Takeshi sentiu um pouco de orgulho do filho, tinha ganhado uma declaração de uma garota bonita, já Fuyuki encarou o rapaz, parecia perguntar quem era e como ele tinha recebido aquele pedido, enquanto o casal parecia dividido nos pensamentos, Tsubaki se perguntava o que tinha acontecido, ela não conhecia as manias do mundo comum. No final da sessão de fotos, Katsuo se despediu da família e foi convidado para uma festa só para os formandos.

A Dança das Camélias (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora