A viagem até a mansão dos Sakurai começou cedo da manhã, o casal tomou o desjejum e logo adentrou a minivan, Katsuo continuava planejando como deveria agir e Tsubaki se mantinha concentrada na estrada porque não confiava na voz feminina do GPS.
-Se desejar, eu posso parar o carro para que você deite no branco traseiro e durma- Falou a sacerdotisa.
-Eu não estou com sono- Respondeu o samurai, surpreso.
-Está com o olhar parado- Comentou Tsubaki.
-É que estou pensando em algo- Avisou Katsuo.
-Está pensando no que poderá enfrentar?- Perguntou a feiticeira.
-Não, é em algo mais importante- O rapaz corou.
-Entendo, deixarei de te atrapalhar- A moça assentiu.
-Você... não me atrapalha- Informou o espadachim, timidamente. -Tsubaki, você já... teve interesse em alguma pessoa?
-Muitas vezes, especialmente em Kitsunes, gostaria de entender como seres tão poderosos são capazes de concordar em servir os humanos e até mesmo se submeterem a castigos físicos- Ela respondeu.
-Eu tenho essa dúvida também, mas... estava perguntando no sentido de interesse romântico- Explicou Katsuo, envergonhado.
-Então não, nunca parei para ver alguém dessa maneira, normalmente divido os humanos e youkais em: inofensivos, inimigos e "não posso matar"- Contou Tsubaki.
-Eu acertarei se dizer que o Yamato-san está na categoria "não pode matar"?- Indagou o samurai.
-Está correto, eu sei que aquele humano deseja me tirar do caminho para ficar no ranque três da família- A sacerdotisa assentiu. -Ele acredita que isso dará a chance dele se tornar o próximo chefe da família.
-Ele não deveria casar contigo para assumir esse posto?- Perguntou o espadachim.
-Ser meu marido não é uma garantia, pois meus irmãos possuem o direito na linhagem de sucessão, só haveria votação se Shin e Ryu recusasse ou ambos tivessem menos de dez anos de idade, com a recusa ou impossibilidade imposta pela idade, você seria o próximo, mas isso não garante nada porque os anciãos e outros chefes menores preferem alguém da família para assumir o posto- Resumiu a feiticeira. -Ele sabe disso, mas continua acreditando que o ranque fará alguma diferença.
-Ele... nunca tentou algo para que você se casasse com ele?
-Normalmente ele me dá presentes amaldiçoados e me incomoda em eventos familiares como você presenciou, não lembro dele fazer outra coisa que não fossem uma dessas duas- Ela contou. -E eu poderia saber o motivo de você fazer essas perguntas? Se não quiser responder, eu entenderei e não voltarei a falar sobre isso.
-É que... eu... queria saber se tenho algum rival- Falou Katsuo, ruborizando.
-Rival?- Pediu a moça, sem tirar os olhos do asfalto movimentado. -Por que algum humano seria seu inimigo?
-Porque eu sou seu marido... alguém poderia estar apaixonado por você e... desejar me tirar desse posto
-Não precisa se preocupar com isso, ninguém quer estar casado comigo e tenho certeza de que não existe pessoa com inveja de você por ser meu marido... Entretanto, sei quem terá raiva de mim quando descobrir a verdade, aquela garota da sua escola, ela parecia irritada ao saber que você não daria o botão do casaco para ela... talvez existam mais e eu só descobrirei quando sentir que maldições estão sendo lançadas sobre mim.
-Eu... eu... quero estar casado contigo, mas não sentiria inveja se outra pessoa estivesse te fazendo feliz no meu lugar... eu... ficaria triste por não ter a mesma vitória... por não ser capaz de te fazer feliz da maneira que você merece- O rapaz apertou as próprias mãos, estava conseguindo dizer o que sentia. -E tenho certeza de que não há tantas pessoas que gostam de mim ao ponto de lançar maldições.
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A Dança das Camélias (CONCLUÍDA)
RomanceUm casamento, duas pessoas completamente opostas, tanto na personalidade como em suas origens, Tsubaki, uma poderosa e inexpressiva feiticeira, causadora de problemas para o Segundo Império, governo dos exorcistas no Japão, e Katsuo, um novato e tím...