Capítulo XIV

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Na manhã seguinte, Katsuo acordou extremamente cansado, não havia conseguido dormir direito por causa do beijo, tinha ficado nervoso, não sabia se tinha feito certo ou não e nem sabia o que a esposa estaria pensando dele.

"Eu não deveria ter ouvido o Yu, deveria ter esperado ela pedir, fui tão sem vergonha". Ele pensou, batendo a cabeça no chão do quarto. "Fui impulsivo, eu sou horrível".

–Katsuo, é você batendo?– Era a voz de Tsubaki.

O samurai se levantou e foi até a porta, abrindo apenas uma fresta.

–Desculpa, eu... estava me arrumando– Ele mentiu.

–Certo, eu preparei o café, desça quando estiver pronto.

O rapaz observou a esposa se afastar e fechou a porta, ele respirou fundo, não parecia que alguma coisa tinha mudado, assim foi se trocar, colocando uma blusa verde-escuro e uma calça preta, depois desceu e se encontrou com a sacerdotisa, que o esperava à mesa.

–Eu vou te ensinar a dirigir a minivan hoje– Comentou a feiticeira. –Não esqueça a carteira.

–Está comigo– Ele bateu no bolso da calça.

–Ótimo.

Eles terminaram o desjejum, Tsubaki limpou as coisas com magia e o casal foi até a garagem, dessa vez Katsuo sentou no banco do motorista e a esposa ao seu lado.

–Não precisa se preocupar, é só dirigir.

O samurai assentiu, sentindo o corpo gelar, ele ligou o veículo e engatou a ré de primeira, a sacerdotisa se manteve quieta, deixaria que o marido fizesse as coisas na hora dele, a minivan saiu lentamente da garagem, em determinada altura, Katsuo engatou a primeira marcha e girou o volante, depois acelerou e o veículo foi para frente, eles saíram devagar, o rapaz estava com medo de afogar o veículo, assim foram em primeira marcha até a cidade, numa velocidade razoável.

–Se saiu muito bem– Elogiou Tsubaki assim que eles pararam na frente do café Neko no Me.

–Mesmo? Não fui muito devagar?

–Foi bem.

–Obrigado– Katsuo sorriu timidamente.

–Eu vou deixar a minivan contigo, voltarei para casa– Avisou a sacerdotisa.

–Até depois.

–Até depois.

A feiticeira desapareceu, deixando o espadachim olhando o nada, ele respirou fundo e saiu, trancando o veículo e indo para dentro da construção, onde foi recebido com abraços por Miwa e Yuto. Tsubaki não voltou para casa, apareceu no meio de um beco, onde caixas de papelão e sacolas estavam dentro da grande lixeira, os humanos não podiam enxergá-la, mas o que ela procurava podia e muito bem.

–Não pensei que te veria no ninho de uma Nekomata– Ronronou um Bakeneko de pelagem amarelada e olhos verdes, ele se disfarçava de um gato comum para ganhar comida e, com sorte, ser levado para alguma casa. –E quem é aquele humano? Seu amante? Ou seu servo?

–Eu tive uma boa conversa com ela e chegamos num acordo, um de aspecto semelhante ao que eu fiz contigo, Yami-san– Respondeu Tsubaki.

–Entendo, você tem se tornado muito gentil ultimamente, é por causa daquele rapaz que te segue?

–Porque descobri que humanos são piores que vocês, é por isso.

–Entendo, entendo, mas por que me chamou aqui? Sabe que terei problemas se me verem com a senhora.

–Ninguém te verá nem saberá sobre essa conversa, agora me diga, soube do desaparecimento de que youkais?

–Ah, está falando sobre o próximo evento da cidade, não está?

A Dança das Camélias (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now