Capítulo XV

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O silêncio pairou por alguns minutos.

Tsubaki, eu posso explicar– Era Isamu.

–Yamato me contou e conversei com Takeshi-sama, ele disse que não me mataria porque Katsuo me ama.

Eles... eles prometeram te poupar se você se comportasse– Akemi começou a chorar.

–Eu irei conversar com eles daqui uns dias, esperarei algum movimento deles, eu só... estou magoada por não terem me avisado sobre isso.

Querida– A matriarca entrou em desespero.

Isamu teve que ajudar a esposa a se acalmar, algo que levou alguns minutos, e Tsubaki esperou pacientemente, ela se sentia mal pelos pais saberem e não terem avisado, se não fosse tão desconfiada e soubesse que era um problema, poderia acabar morta.

Eles prometeram que se você parasse, eles iriam te poupar, nós acreditamos neles, não imaginamos que iriam tentar te matar– Explicou o patriarca.

–Eles querem a minha cabeça desde que deixei de servi-los, nunca que perderiam a oportunidade de me eliminar, mas não os culpo por acreditar nas palavras deles.

Querida– Era a voz chorosa de Akemi. –Se você parar, se parar de ir contra eles, talvez eles te deixem em paz.

–Eu irei.

Mesmo?– Perguntaram os dois ao mesmo tempo.

–Mesmo, agora irei desligar, preciso arrumar a casa.

Os pais da sacerdotisa acreditaram e encerraram a ligação, Tsubaki se permitiu suspirar, iria esperar por alguma ação de seus inimigos para atacar. Como ela não tinha nada para fazer, decidiu ir visitar Katsuo no trabalho, assim apareceu num beco próximo e entrou na construção.

–Seja... ah, Tsubaki-san, o Tsuo-kun saiu– Falou Miwa, saindo detrás do balcão.

–Então irei procurá-lo, quero ver como está se saindo– Ela fez uma reverência e saiu.

"A mesma coisa em todas cidades: espíritos presos por emoções humanas, youkais de classe inferior buscando uma maneira de sobreviver e humanos vivendo sem saberem que podem se tornarem presas de criaturas sobrenaturais... alguns têm fantasmas em suas costas, são incapazes de entender que nem sempre é algo físico, uma dor de cabeça, uma tristeza ou uma raiva que surgem sem explicação, uma vontade imensa de morrer ou de matar, não importa quantos exorcistas existam em cada cidade, eles nunca serão capazes de exterminá-los porque são os próprios humanos que dão vida para essas criaturas". A sacerdotisa ignorava os olhares. "Espero que Katsuo aprenda a reconhecer youkais só de olhá-los, a cidade é perigosa para ele e se tornará mais perigosa quando descobrirem que ele é meu marido, seja de dia ou de noite, assim como os humanos, as criaturas se adaptaram".

–Você realmente está me fazendo mal com esse ciúme– Comentou uma voz feminina.

Tsubaki buscou quem falava e viu uma jovem magra e mais alta que ela, o vestido de cor azul-claro terminava acima dos joelhos e tinha as mangas largas até os cotovelos, o mediano cabelo escuro dela era preso por uma fina tiara e ela falava ao celular.

–Estou dizendo que estou esperando uma amiga, pare de me fazer mal– A humana guardou o aparelho na pequena bolsa branca que carregava.

Não demorou muito tempo para que um alto homem fosse ao encontro dela, ele tinha o cabelo escuro raspado nas laterais e vestia um casaco de couro, calça jeans levemente rasgadas nos joelhos e coturnos pretos, ele a beijou e entrelaçou os dedos nos dela.

"Sua amiga é bem masculina, espero que ela saiba que seu namorado tem ciúmes de homens". Pensou a feiticeira, retirando os óculos.

A garota estava cercada por uma aura que parecia ser feita de vários homens cadavéricos, já o rapaz tinha uma névoa mais clara em comparação à da sua amada, embora não fosse completamente bom, ele ainda era melhor que ela.

A Dança das Camélias (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora