Capítulo XXI

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As semanas se passaram, Katsuo trabalhando no café de Miwa e Tsubaki no castelo resolvendo os problemas que ela mesma tinha causado com a mudança de cargo. Não demorou para que youkais poderosos começassem a aparecer para conversar com a nova Suma Sacerdotisa, Akane e Akiko foram as primeiras.

–Mestra!– A jovem Shakko entrou pulando. –Viemos falar com a senhora.

–Akiko, Akane-san, fico feliz com a visita, se sentem– Tsubaki gesticulou.

–Soubemos do que aconteceu, por isso viemos– Avisou Akane. –Vim em nome da minha região, queremos proteção como ouvimos falar.

–E a terão, falarei com os responsáveis de Kinki– A sacerdotisa anotou um aviso para si mesma numa folha de papel.

–Mestra, está esperando algum bebê?– Perguntou Akiko, sorrindo.

–Akiko!– Repreendeu a mais velha, incrédula.

–Ainda não, ficará sem bebês para mimar por um bom tempo– Respondeu a feiticeira.

–Ah– A jovem Kitsune ficou emburrada.

–Estamos indo de volta, Tsubaki-san, precisamos falar com alguns conhecidos também– Akane fez uma reverência e forçou a irmã a imitá-la.

–Boa viagem– Tsubaki fez uma reverência também.

–Senhora– Era a voz de Yuki.

–Yuki-san, pode entrar– Avisou a sacerdotisa.

As Kitsunes passaram pelo humano, tendo Akiko sorrido para ele, algo que o deixou envergonhado, Akane logo notou e puxou a irmã, era impossível controlá-la.

–Senhora, terminei de agendar as visitas da próxima semana e venho avisar que seu pai é o último chefe de família desta manhã, ele acabou de me ligar para agendar e eu permiti que ele viesse hoje sem consultar a senhora, ele parece ter algo importante para dizer– Yuki se aproximou, entregando uma pequena pilha de papéis.

–Obrigada, Yuki-san, está dispensado agora, pode ir para casa descansar.

O homem fez uma reverência e saiu, Tsubaki analisou a primeira folha, chefes de família das regiões mais próximas, seus nomes e resumo de suas vidas, algo obtido através dos dados pessoais que Yuki guardava para seu antigo chefe. Alguém bateu à porta e a sacerdotisa permitiu a entrada, era Isamu.

–Pai– A feiticeira se levantou, fazendo uma reverência.

–Eu não gosto de vir aqui, sabe disso, mas eu preciso conversar pessoalmente contigo, não consigo fazer isso quando os outros e Katsuo estão por perto.

–Sente– Tsubaki voltou a sentar.

–Você fez uma confusão como sempre, mas dessa vez foi uma boa confusão– Isamu se permitiu sorrir. –Estou recebendo recados de conhecidos, chefes de família, estão me agradecendo por você ter livrado os servos do Segundo Império, e também o que está fazendo, criando uma co-existência de humanos, exorcistas e youkais livres.

–O senhor está orgulhoso?

–Eu sempre tive orgulho de você... Tsubaki, Katsuo te mudou, não mudou? Está interagindo melhor com as pessoas.

–Eu precisei aprender a sentir as coisas de novo porque ele se sentia mal.

–É uma coisa boa– O patriarca cerrou os dentes. –Me perdoe, Tsubaki... me perdoe por ter sido o culpado por ser incapaz de demonstrar o que sente por tantos anos.

–Foi uma coisa boa, pai, eu me tornei poderosa por causa disso– Ela se levantou, indo para perto do pai.

–Você poderia ter morrido– O homem começou a chorar.

A Dança das Camélias (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now