Capítulo VIII

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Mal haviam se passado três dias e houve outra reunião noturna, Yamato era quem tinha convocado os demais e ele faria questão de contar o que tinha descoberto.

–Tsubaki-sama amaldiçoou nossos empregados, por isso eles estavam com aquelas expressões aterrorizadas– Ele deu os ombros. –Ela sai de casa e volta mais agressiva do que era, eu não entendo isso.

–Por que fez isso?– Perguntou Isamu, encarando a filha.

–Murmúrios contra a família principal– A sacerdotisa olhou nos olhos dele e o fez entender sobre o que se tratava. –Eu posso ter saído de casa, mas tenho certeza de que não perdi minha herança ainda.

–A senhora não pode punir os empregados sem conversar com os líderes, Tsubaki-sama– Comentou Yamato.

–Conversei com meu pai porque os criados estão sob o domínio dele– Ela respondeu. –E o senhor parece bastante desocupado para conversar com os empregados, não estava se preparando para a primeira etapa do evento nesse final de semana?

–Ah, vai começar a falar sobre isso– O homem levantou as mãos como se entregasse.

–Sobre o quê? Os eventos ou o fato de você ter se engraçado com duas empregadas e precisarmos demiti-las depois que elas se agarram pelos cabelos quando descobriram a verdade?– Perguntou a feiticeira, encarando-o.

–Você... está mentindo!– O sacerdote se levantou, vermelho de raiva.

–Ah, então não contou aos demais sobre isso– A moça estava surpresa apesar de não demonstrar.

–Yamato-sama– Um dos anciões chamou, incrédulo. –Yamato-sama, o senhor corrompeu duas moças ao mesmo tempo?

–É mentira dessa louca!– Ele apontou para Tsubaki.

–A minha esposa não é louca e o senhor parece bastante nervoso para quem é inocente dessa acusação– Katsuo o encarou.

–Não é louca? Sua esposinha tem servos espirituais que nem os mais velhos sabem da origem, se isso não é coisa de alguém louco e com ideias demoníacas, eu não sei o que é– Falou Yamato.

–Mais uma palavra contra ela e não terá pescoço algum para segurar essa cabeça vazia– Ameaçou o samurai, levantando-se furiosamente.

–Vocês dois...– Isamu se levantou, mas foi ignorado.

–Está bem corajoso agora, espadachim– O sacerdote mais jovem riu. –Vai dizer que gosta dessa gnomida medonha?

Yamato colocou a mão sobre os lábios, sentia que algo estava dentro de sua boca, e se virou para vomitar, mas nada saia, era como se alguma coisa estivesse secando até sua garganta, uma sensação de sufocamento por calor extremo.

–Todos devem se calar quando o patriarca fala– Lembrou Tsubaki. –Sente-se, Katsuo, não se rebaixe ao nível desse humano.

O samurai obedeceu, sentia o coração pulsar descontroladamente e temia ter irritado a esposa, que pediu para que o pai prosseguisse.

–Tire a maldição dele, Tsubaki– O sacerdote fez um aceno com a cabeça em forma de agradecimento e foi obedecido pela filha. –Terminamos essa reunião e eu espero que seja a última vez que precise chamar a atenção de vocês dois, que não são mais crianças... Yamato, sabemos o que você pensa da Tsubaki, não precisa começar uma discussão para fazê-la perder a paciência, e, Katsuo, agradeço sua vontade de defender a minha filha, mas não traga violência física para essa sala, estamos entendido? E todos entenderam que na próxima vez que o Yamato testar a paciência da Tsubaki, eu e a minha esposa deixaremos nossa filha resolver do jeito que quiser? Se alguém quiser reclamar, fale agora.

A Dança das Camélias (CONCLUÍDA)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن