Capítulo XIX

4 1 0
                                    

A semana se passou sem grandes acontecimentos, Katsuo trabalhou e os Miyazaki ficaram na casa com Tsubaki, e assim chegou a segunda etapa do evento, exorcistas contra youkais, o jovem casal estava num dos corredores, eles já tinham assistido todas as outras lutas, Hana e Saki tinham vencido por pouco, agora era a vez de Katsuo, o último samurai a lutar.

–Agora será contra youkais– Falou a sacerdotisa.

O rapaz suspirou, tentando encontrar coragem.

–Eu vou intervir se algo acontecer– Avisou a feiticeira.

–Obrigado– O espadachim sorriu timidamente.

–Katsuo.

–O que?

–Um beijo de boa sorte?

Katsuo corou até as orelhas, sendo puxando pela esposa antes de pensar coerentemente, Tsubaki o beijou, lentamente dessa vez, depois o puxou mais um pouco e o beijou na testa.

–Não deixarei que te enganem– Ela falou.

Sakurai Katsuo finalizará essa etapa, senhoras e senhores!– Avisou a voz do locutor.

O samurai se despediu da esposa com um aceno de cabeça, apesar de ter sido de repente, ele conseguiu se recuperar para focar no inimigo, na arena havia uma imensa caixa de madeira com amuletos o esperavam, ele se posicionou e esperou, a tampa caiu e uma gosma negra começou se espalhar para fora, não havia sinal que revelasse qual inimigo ele estava enfrentando. Tsubaki, da arquibancada, se levantou, recebendo os olhares de quem estava ao redor.

–Malditos– Ela falou antes de desaparecer.

A sacerdotisa surgiu diante do marido, que se assustou.

Tsumibito, a refeição de hoje está servida! Honoka, toque seu koto para nós!– Ela ordenou. –Suas palavras amaldiçoadas não serão ouvidas, Itsuki-san.

–Você...–O youkai que faz as pessoas prometerem que se matarão enforcadas tentou assumir a forma de um humano para convencer os humanos diante de si, mas foi esmagado por algo imenso e pesado.

A multidão paralisou, o ar tinha se tornado gélido ao ponto de fazer algumas pessoas tremerem de frio, e todos ouviram sibilos, incapazes de verem o monstro que estava ali, logo a Bakeneko surgiu ao lado da mestra, trazia consigo seu pequeno koto, ela se sentou e colocou as patas dianteiras sobre o instrumento, usando seus dedos felinos para puxar delicadamente as cordas, o som logo se estendeu pela arena, era suave e levava conforto e calor para os humanos aterrorizados.

–Me prometa que...– O Itsuki tentou falar, mas começou a ser rasgado.

O Pecador notou que não serviria apenas rasgar, precisava morder e foi o que fez.

–Se entregue a morte, será melhor ao senhor– Tsubaki encarou o youkai sem forma definida. –Não seja teimoso, sabe que não pode fugir do que está vendo.

O Itsuki queria que a humana se matasse logo para que ele se livrasse da aberração que o atacava, era algo que nunca tinha visto antes.

–Me conte, Itsuki-san, o senhor concordou em vir para cá por que te ofereceram algo, certo? Almas humanas impossibilitadas de seguirem para o Outro Lado porque cometerem suicídio supostamente conscientes em troca do que?– Falou a sacerdotisa.

–Prometa que você...– O youkai tinha certeza de que conseguiria lançar sua maldição.

A feiticeira estreitou os olhos e Honoka parou de tocar, não conseguia se mexer porque sabia o que aconteceria naquele momento, Tsumibito também paralisou, ficando acima do inimigo para que ele não escapasse.

A Dança das Camélias (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now