Capítulo XVI (parte dois)

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A raposa guiou o novo mestre até a parte traseira da casa, Tsubaki continuava lá, não havia notado a presença do marido porque não era algo hostil, Katsuo segurou firmemente a sacola e parou atrás da sacerdotisa, tendo Kureha atrás de si.

–Tsu-Tsubaki?– Ele chamou, gentilmente.

–Katsuo, já chegou?– A feiticeira se levantou e se virou. –Me perdoe, não te ouvi chegar.

–Não-não tem problema, mas... ela disse que está sentada aqui desde que eu saí, aconteceu algo?– O samurai corou.

–Não aconteceu nada, eu apenas estava meditando e me perdi no tempo– Ela respondeu. –Quero te apresentar a Kureha, ela escolheu esse nome dentre os que sugeri.

–Kureha?– O espadachim dei alguns passos para o lado e encarou a youkai. –É um prazer em te conhecer, Kureha, eu me chamo Sakurai Katsuo, sou o marido da Tsubaki– Ele fez uma reverência.

–Prazer em te conhecer, mestre Katsuo-sama!– Ela se curvou e logo se endireitou. –Eu terminei de limpar a casa, senhora.

–Agradeço pelo esforço, Kureha– Tsubaki baixou a cabeça brevemente. –O que trouxe na sacola, Katsuo?

–A Miwa-obasan me deu algumas sobras– Falou o rapaz, timidamente. –Tem doces e salgados.

–Deseja comê-los no jantar?– Perguntou a sacerdotisa.

–Você que decide– Respondeu o rapaz.

–Kureha, prepare o chá e arrume a mesa com essas coisas, sem magia– A sacerdotisa gesticulou para que o marido entregasse a sacola. –A banheira está pronta para você, Katsuo.

O samurai agradeceu e alcançou a sacola para a Kitsune, que a pegou e foi à cozinha.

–Tsubaki, por que está pedindo para ela fazer as coisas sem magia?– Indagou o espadachim, preocupado.

–Ela precisa se cansar, não dormiu mais de duas horas desde que chegou, é algo que não deveria acontecer, acredito que eu tenha colocado magia demais nela para curá-la e para tranquilizar a mente dela e por isso ela não consegue descansar como deveria– Explicou a feiticeira. –Não se preocupe, estarei de olho nela, pode ir tomar banho.

Katsuo assentiu e foi ao quarto para pegar as roupas, Tsubaki foi à sala de refeições e se sentou à mesa, recebendo uma ligação depois de certo tempo.

–Diga– Ela atendeu.

Por que nós sempre somos os últimos a saber das coisas que você faz?– Perguntou Isamu. –Takeshi-dono me ligou pedindo se eu sabia o que você tinha feito porque todos em Ehime estavam comentando, o que você fez dessa vez, Tsubaki?

–Decidi patrulhar, exorcizei demônios e espíritos humanos presos, descobri que uma Hannya estava possuindo uma Shakko e resolvi o problema, agora estou com a raposa aqui em casa e Honoka está procurando por algum sinal da família dela– Resumiu a sacerdotisa.

Você ouviu isso, Akemi? Ouviu o que ela fez e não contou para nós?– A voz do patriarca tinha se distanciado. –Sim, ela levou uma raposa vermelha para dentro de casa e mandou a Bakeneko procurar pela família dela, não, não ouviu errado.

–Ela é praticamente um filhote, tem dezesseis anos Comentou a feiticeira.

É só dois anos mais nova que o Katsuo!– Exclamou a voz de Akemi. –Você está proibida de matá-los quando o rapaz dizer que está apaixonado pela raposa, mocinha!

–Eu não os matarei e não farei nada se Katsuo se apaixonar pela Kureha, apenas sairei de casa, não é porque sou uma tirana demoníaca que farei algo contra eles, que sejam felizes longe de mim– Respondeu a feiticeira.

A Dança das Camélias (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now