A Dança das Camélias (CONCLUÍDA)

Capítulo XVI (gatilho: violência sexual)

Alguns minutos se passaram e a sensação de morte se dissipou, Katsuo se levantou e os outros homens o seguiram até a cerca, Tsubaki saiu de lá com uma alta Kitsune vermelha de uma cauda coberta de sujeira, a Shakko usava um quimono rosa com flores brancas e tinha parte dos seios à mostra, ela estava com as orelhas baixas e seus olhos dourados estavam vermelhos de tanto chorar.

-Tsubaki!- Chamou o samurai, aliviado em vê-la.

-O que está fazendo aqui?- Ela perguntou.

-Você disse que estava cercada de espíritos humanos e a ligação caiu, fiquei preocupado- Explicou Katsuo.

-Tsubaki-sama, a senhora não deveria agir sem informar os superiores- Falou o mais velho dos exorcistas.

-Informaria depois que terminasse de patrulhar, é perda de tempo ligar toda vez que for fazer algo- Respondeu a sacerdotisa. -Os senhores podem informar que os demônios, os fantasmas e espíritos humanos estavam reunidos aqui por causa da máscara Hannya que essa Shakko colocou por acidente, também informem que estou levando a raposa comigo.

-Levando a Kitsune?- O homem arregalou os olhos.

-Estão enganados se pensam que eu a entregarei para os humanos, a raposa vai comigo, depois informo o que fiz com ela- A feiticeira fez a cerca desaparecer e passou com a Shakko. -Vamos, Katsuo, você vem comigo também.

-Sim, senhora- Ele entrou em pânico.

Os demais exorcistas não tiveram tempo para reagir, Tsubaki havia desaparecido com o marido e a Kitsune, o trio surgiu no pequeno quintal atrás do Neko no Me e a presença da raposa foi notada por Miwa, ela deixou o atendimento aos clientes nas mãos de seus filhotes e saiu, temendo que seus gatinhos estivessem em perigo, mas se tranquilizou ao ver que a sacerdotisa estava ao lado da Shakko.

-Por que trouxe uma raposa para cá, Tsubaki-san?- Ela perguntou.

-Ela foi possuída por uma máscara Hannya, não sabe como aconteceu e nem se lembra de muita coisa antes do ocorrido- Resumiu a feiticeira.

-Aquelas máscaras são cruéis com as crianças- A Nekomata suspirou. -O que vai fazer com ela?

-Verei isso mais tarde, por enquanto vou mantê-la longe dos humanos- Respondeu a moça. -Te esperarei em casa, Katsuo, sei que consegue dirigir de volta e não se preocupe, a minivan está encantada, qualquer coisa ela se dirigirá sozinha contigo dentro, bastante falar tocando no painel.

-Certo- Ele assentiu, entristecido.

A sacerdotisa e a Shakko desapareceram e surgiram na sala de estar do casarão.

-O que vai fazer comigo, senhora?- Perguntou a voz aguda da youkai.

-Verei mais tarde- Ela respondeu. -Venha comigo, te deixarei tomar um banho para se livrar dessa sujeira.

Tsubaki guiou a raposa até o banheiro e a auxiliou no uso do chuveiro, a Shakko tomava banho enquanto a feiticeira usava sua magia para limpar o quimono da youkai, que estava com medo de ser morta.

A Kitsune terminou o banho e vestiu novamente sua roupa, dessa vez a colocou corretamente com a ajuda da sacerdotisa, as duas seguiram à sala de refeições, onde a baixa mesa possuía uma tigela de arroz branco e um prato tinha carne de gado grelhada com legumes cozidos, havia duas xícaras de bambu com chá-verde quente, a exorcista gesticulou para que a Shakko comesse e se sentou diante da youkai, pegando uma das xícaras para si, a raposa agradeceu e começou a comer.

-Senhora, já decidiu o que vai fazer comigo?- Ela perguntou, assim que terminou a refeição.

-O que fará se eu te libertar?- Indagou Tsubaki.