1°|Capítulo 18 - Jungkook

919 157 9
                                    

Sinto que meu conto de fadas está cada vez pior, a cada dia que passa, eu sinto essa dor percorrer pela rosa em minhas costas, me fazendo acordar em meio a noite me deixando completamente em pânico, e parte dela dificultar minha locomoção.

Acordei em meio ao meu sonolento pesadelo, o mesmo pesadelo que volta sempre a me assombrar; com a memória de meu passado sendo fixada cada vez mais em minha mente com alfinetes, a deixando dolorida por tanto eu pensar no que aconteceu após minha mãe ser presa.

Há batidas na porta, batidas que eu certamente reconheço de quem seja; eu me levanto com apenas minha cueca preta - detesto dormir com roupa, e na maioria das vezes prefiro ficar totalmente nu - e sigo ao banheiro mesmo sabendo que eu não atenderei a porta, eu não quero que ninguém me veja nesse estado em que estou no momento.

Deprimente.

Minha mente se tornou tão melancólica em saber que eu estou evitando contato com ele, eu não quero que ele saiba o que está acontecendo - por enquanto não posso conta-lo, eu não consigo. Eu quero contar, mas não consigo, algo prende em minha garganta como se alguém a estivesse segurando, e algo sendo fincado nela como as garras de um lobo.

Sigo para o banheiro desse quarto estranhamente todo branco, eu queria entender para que tanto branco, ou é eu que uso muito preto para detestar branco. E sinceramente, o preto é a minha cor, branco não combina comigo.

Sigo até o espelho sentindo minhas lagrimas cair por meu rosto, enquanto ele ainda está batendo na porta na esperança de eu abri-la. De frente para o espelho, vejo o sangue escorrer pela minha cintura manchando minha cueca de vermelho. Eu apoio minhas mãos na pia que parece ser o próprio gelo, sentindo-o percorrer as palmas de minhas mãos enquanto respiro fundo tentando parar de chorar pressionando meus olhos.

Mas a cada momento que eu passo tentando não chorar, se torna chamas que queimam minhas costas.

Eu as sinto queimar novamente e contenho o grito que fez meus joelhos falharem, me deixando abaixado em frente a pia do banheiro, com minhas mãos tampando minha boca e meus olhos arregalados derramando mais lagrimas do que posso descrever.

Eu não quero que ele escute, eu não quero que ele entre e me veja nesse estado.

Minhas costas está queimando da mesma forma que aconteceu naquele dia, e eu queria entender o porquê de isso acontecer sempre comigo. De essas lembranças atrapalharem minha vida e a cicatriz em minhas costas sempre sangrar em momentos que não deveria.

E apesar de tudo isso ser culpa dela, eu sinto tanto sua falta. Desde o dia em que foi presa, eu sinto sua falta, e apenas visitas breves não são o suficiente para mim, eu quero me comunicar com você, eu quero abraça-la novamente e chorar em seus braços, você é a única pessoa depois de Taehyung que sabe realmente do que aconteceu, e mesmo eu não sendo mal como você queria; eu queria que você pudesse estar comigo, eu queria que você tivesse me visto crescer, eu queria que você não fosse má.

Eu sinto sua falta mamãe, e sei que pareço uma criança por estar chorando no chão do banheiro enquanto coço meus olhos, mas você deixou uma ferida em mim, me fez pagar pelas maldades que você causou as pessoas, e minhas costas é a prova disso.

Eu quero falar com você de novo, mas quais a chance de minha magia me permitir comunicar telepaticamente?

Me levanto do chão sentindo minhas costas secando com o sangue escorrido, e me encarando no espelho, vendo as lagrimas escorrerem. Me viro para olhar minhas costas no espelho.

O símbolo de Cerezia gravado em minhas costas estava sangrando, tornando a rosa realmente vermelha. Todos pensam que as princesas dos contos de fadas são boas, mas nada disso é verdade, a causa disso foi Branca de Neve, e apesar de ela ter sido realmente boa, ela se corrompeu com sua vingança.

Fecho os olhos engolindo em seco, e saio do banheiro sabendo que ele está do lado de fora, porém, agora havia parado de bater na porta, mas ainda o sentia ali, é como se sua energia atravessasse a porta, percorrendo meu corpo.

Eu apenas dou mais um passo de cada vez, sentindo o sangue escorrer até minhas pernas. Eu já estava acostumado, isso sempre acontecia, e somente Taehyung presenciava isso, o único que eu sempre permitia me ajudar a curar o ferimento quando aberto. Só que, eu não tinha o Taehyung, e eu não conseguia dizer tal coisa a Jimin. Eu não iria preocupa-lo e deixa-lo com sede de vingança, o que é provável que ele faça se descobrir.

Abaixo apoiando as costas na porta mesmo sabendo que doeria, e enfio o rosto entre minhas pernas enquanto escuto ele cantarolar do outro lado da porta.

- Me desculpe por isso - sussurro o mais baixo possível, evitando que o garoto ao outro lado perceba minha presença, mesmo que já sabendo dela.

Faeria {Jikook}Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora