Faeria {Jikook}

1°|Capítulo 57 - Jungkook

- Olá Jungkook - diz Narradora se curvando elegantemente, me deixando intrigado.

Eu apenas retribuo a reverencia, demonstrando educação de minha parte e dos outros que me seguiram - Exceto Jimin e Taehyung. Rebeldes.

Carrot se aproximou de mim, se curvando ao meu lado, com seus cabelos ao vento e suas orelhas de coelha se arrepiando com o frio que nos percorreu.

- Oi... Tia.

- Vejo que teve suas asas de volta querido. Mostre-as, as asas de um serafim devem ser admiradas, elas representam nosso poder - ela pousa sua mão em minha bochecha, e a acariciando. Eu a obedeço, clamando por minhas, que surgiram das sombras, tomando os olhares dos meus amigos que se encantaram ao vê-la, mesmo as tendo visto muitas vezes - você é um de nós querido, todos devem se curvar perante sua presença divina.

Eu não sabia se eu queria isso, eu detesto ter a atenção das pessoas em mim, eu não me sinto confortável com isso. quando estávamos em Enok, tudo o que eu mais queria era me esconder de todos, e deixar minha presença inative e inalcançável. Me sinto apavorado no meio da multidão. Não preciso nem dizer o que aconteceu em Alandia né?

Mas não era isso que queríamos ouvir, precisávamos de respostas.

- Por que tirou nossos dons? - pergunto a encarando, e ela não demora muito para dar sua resposta.

- Para que o caminho seguisse perfeitamente. Eu sempre soube que sua irmã viria me matar, eu precisava uni-los, e com seus dons, vocês teriam tomado rumos completamente diferentes, e seria mais difícil do que nunca, os unir.

- Nada é impossível para os Serafins - jogo.

- Seus dons são únicos Faerias - ela se dirigia a todos nós - os dons de vocês foram presenteados pelo autor, a criatura mais perigosa desse planeta. Vocês estavam destinados a salvar esse mundo desde o início. Ninguém além de vocês tem a capacidade de manipula-los.

"As pessoas são cruéis e ambiciosas queridos; humanos estão sempre em busca de mais poder, e se continuassem com seus dons desde o nascimento, vocês estariam mortos; mortos pela ganância daqueles que não se contentam com o que tem."

"Se eu não tivesse retirado cada um de seus dons, vocês não teriam seus geminis, não teriam um futuro, e não estaríamos aqui hoje, salvando o mundo das garras de Odete."

- Até os meus? - pergunta Carrot apertando seu peito, e com lagrimas escorrendo de seu rosto.

- Até mesmo os seus querida - disse Narradora de forma doce e calma, secando as lagrimas de Carrot com seus polegares - quando você nasceu, e seu pai percebeu que você nasceu perfeitamente assim, na forma humana e com belas orelhinhas e rabo de coelho, ele ficou ganancioso, ele queria de volta o que havia perdido...

- Perdido? - indaga Carrot.

- O coelho branco era um Artêmis querida... e quando um Artêmis se apaixona por sua Artemísia, e um filho surge do fruto dessa relação... ele perde a capacidade de mudar para forma humana, presenteando o seu filho com essa capacidade - Carrot tinha seus olhos escurecidos pela imensidão de sombras que tomou sua mente, e Narradora continuou: - Ele a mataria se eu...

- Não! Você o matou porque você é tão cruel quanto Odete! - Explode Carrot gritando do mais fundo poço dentro de si, como se ela estivesse guardando isso para si desde o início de sua vida - Meu pai nunca me mataria! Ele me ama, diferente de minha mãe biológica!

- Depois conversaremos sobre isso querida, temos um mundo para salvar.

Eu não achava isso certo, Carrot queria respostas, ela merecia isso. parte de mim sabia que meu dom, é mais a capacidade de manipular e conjurar maçãs, mesmo que eu nunca o tenha usado de forma intensa. E por mais que elas tenham a mesma capacidade que eu, de ter o controle do mundo dos espelhos, minhas habilidades ainda eram únicas, ou talvez eu deva acrescentar Perséfone nessa lista, somos gêmeos, e eu ainda precisava de mais interações com minha irmã, para conhece-la melhor. Eu poderei ir até ela quando eu precisar; eu só precisava pedir a tatuagem em forma de romã que está invisível em meu braço.