cap 9 - sou apenas eu, desgraçado como eu

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título: May These Startle You In Your Sleep Tonight- Pierce the Veil
Gente, socorro.

Autora sumida? Nunca mais. Escrevi 3 capítulos hoje. Os próximos foram escritos no mesmo dia desse, então ficou bem continuo. O que acham dessa frequência de toda quarta? Querem antes na semana ou depois?

Preferem capítulos longos ou curtos? Se forem curtos, consigo atualizar duas vezes na semana, fica com vcs

/Alex/

Se achei que estava preparado pra cuidar de Brian depois do sequestro, estava terrivelmente enganado.

Ninguém está preparado pra ver alguém querido passar por tanta coisa.

Já se passaram três semanas que Brian está de volta. Os pontos já foram retirados e ele continua com algumas ataduras e imobilizações, mas não é o dano físico que faz me sentir despreparado, na verdade, é tão simples quanto na época de residência médica.

Mas também é tão complexo quanto na época de residência médica. O emocional, a autoestima e a sanidade do meu irmãozinho se foram completamente desde a última vez que nos vimos.

Brian não é difícil por dar trabalho. É justamente pelo contrário. Ele está fácil demais.

Estamos finalmente de alta. Resolvemos voltar todos para a casa da nossa infância pra que ele se sentisse confortável. Fazer escolhas não era algo que ele conseguia fazer ultimamente.

Achei que ele falaria muito. Muito pelo contrário. Brian não falou quase nenhuma palavra desde que saiu do hospital.

Seus dias consistem no quarto escuro, deitado com seu filho ou na sala olhando o nada incessantemente.

Agora são 2:50 da manhã. Ainda estou acordado, pois daqui há 10 minutos, é o horário da sua medição pra dor. Do meu quarto, consigo ouvir seus soluços angustiados e balbucios de Vincent. Decido não atrapalhar-los, pois isso irritava Brian e o fazia não levantat o dia seguinte inteiro.

O despertador de meu telefone toca. Me levanto e saio do quarto, me dirigindo até a cozinha para buscar um copo d'água e a medicação que estava sob minha supervisão.

O psiquiatra achou que Brian poderia apresentar comportamento suicida depois de tudo, então resolveu que alguém ficasse responsável por isso.

Abro o frasco de remédios e pego um, rompo o lacre de outra pílula agora da suplementação hormonal e despejo em um potinho. Coloco um canudo em se copo de água e quando me viro, não estou mais sozinho na cozinha.

Brian está parado no escuro contra a luz do corredor. Seus cabelos estão embolados e o pijama está torto sob seus ombros. O braço imobilizado, está na posição errada e o ferimento em seu pescoço que costumava ser vermelho, ganhou uma coloração arroxeada. Mas não é isso que me assusta. Em uma das mãos, Brian está seguando um garfo. A malha branca do pijama me permite ver sangue em suas coxas. Aí céus... de novo não...

-Bry... O que está fazendo acordado? -Pergunto me aproximando. Seus olhos estão vazios. Ele solta uma garfo no chão fazendo um tintilar metálico e desaba começando a chorar.

Embora tenha uma lesão severa na patela, ele dobra seus joelhos de uma forma que imagino ser muito dolorosa para ele, mas as lágrimas com soluços me fazem esquecer da medicação naquele momento.

Me abaixo a sua frente tocando seu ombro. Ele me responde com um tapa na mão tentando me afastar. Já me acostumei com aquilo. Me sento a sua frente e o puxo para meu colo, apesar de estar se debatendo e tentando me morder.

Vendido + PerdidoWhere stories live. Discover now