cap 17- Não olhe Para o Passado com Raiva

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título: Don't Look Back in Anger- Oasis
eu chorei TANTO escrevendo esse capítulo mds nn aguento

/Brian/

-No dia três de maio de dois mil e onze, ás 3 e 56 da manhã, foi relatado o boletim de ocorrência do desaparecimento do, na época menor, Brian Dauphiné Potterfield, sendo visto pela última vez por sua irmã, Alice Dauphiné Potterfield por volta das 21 horas dentro de seu quarto. Após sua mãe se levantar na madrugada a procura dele, foi notado o desaparecimento. A teoria inicial da policia seria de um suicidio dentro da propriedade Potterfield, porém, devido a ausência de uma carta ou despedida, não pode ser declarada a morte. No terceiro dia de desaparecimento, interrogamos todos os presentes na casa e revimos as câmeras de segurança, onde existe a imagem do dia 2 de maio de Brian se lançando para fora de uma sacada e correndo para dentro da mata no horáio de 22 horas e oito minutos. Segundo registros do dispositivo móvel de Brian, ele entrou no carro de aplicativo do senhor Humbert Lee, aqui presente, por favor, sennhor Humbert... - O juiz começa a relatar em voz alta. Consigo sentir o olhar de Catalina em minha nuca enquanto continuo a apertar o brinquedo.

O motorista do dia se levanta e caminha até o local que outro policial indica, sentando diante de um microfone e jurando não mentir. Engulo seco ainda nervoso com a situação.

-Pode me relatar a noite do dia dois de maio de dois mil e onze? - o Juiz pergunta calmamente enquanto tento não responder eu mesmo.

- Bom... Comecei a trabalhar por volta das 18 horas, deixando uma pessoa ou outra, mas por volta do horário que vocês dizem, recebi o chamado de Brian. Umas dez e meia, parei no portão principal, mas logo recebi uma mensagem pelo aplicativo dele dizendo que estava há poucos metros a frente. Segui até o local onde ele me indicou, onde não havia iluminação. Na hora, pensei que fosse ser uma furada, mas me assustei quando vi o garoto. A voz bem aguda do vidro do carona, falando algo como "Boa Noite" ou um "eu". Ele não devia ter mais do que 16 anos na época...? Lembro que ele tinha o cabelo preto tigido e uma blusa de alguma banda daquelas impossíveis de se ler o nome no meio dos rabiscos... Lembro também da bandana em seu braço, acho que era amarela, ou branca.

-Certo. E o trajeto?

-Acelerei para fora daquela estrada indo diretamente para o local que o GPS indicava. Ele estava silencioso no banco de trás, mexendo no telefone e ficou assim durante todo o trajeto. Quando chegamos próximos a cidade, ele me deu as instruções de onde era. Não parecia ser uma boate, na verdade, parecia uma casa abandonada, mas tinham muitos jovens bebendo ou dançando na frente. Falei com ele e perguntei se ele não queria deixar programado para a volta, fiquei preocupado, um menino novo, sozinho na noite... Se eu soubesse... - Ele engasga nas palavras e olha diretamente para mim. Olho de volta por alguns segundos com os olhos queimando, mas logo desvio o olhar. Ele suspira e continua - Quando ele desceu do meu carro, dei seguida no meu trabalho e depois de uns dias, minha esposa me mostrou a notícia na televisão e eu sabia que era ele. Desculpa... Eu poderia ter evitado... - Ele se engasga com as palavras. Levanto a cabeça negando para ele. Queria falar para aquele homem o quanto não era culpa dele, eu que escolhi ir... Mas apenas cosigo lançar um olhar de compaixão, sabendo que ele se culpava por algo que mal ele sabia que poderia acontecer.

-Certo... Muito obrigado. Pode se sentar agora. - O juiz fala. Ele se levanta e passa pelo portão da mureta indo para trás dela. Minha mãe se levanta e vai falar com ele no canto do tribunal. Começo a tremer, tanto pelo ar condicionado, quanto por estar revivendo tudo aquilo. - Bom, em seguida, quase seis anos depois, foi acrescentado ao relatório criminal o depoimento do irmão de Brian, Alexander Dauphiné Potterfield, por favor, Alexander... -Olho para trás e Alex já está de pé, indo até o mesmo lugar onde Humbert estava antes. Seus olhos encontram os meus e eu sei o que ele quis me dizer com aquele olhar silencioso. Nego com a cabeça suavemente. Ele jura e se senta. -Alexander, o que de fato aconteceu na noite de dois de maio?

Vendido + PerdidoWhere stories live. Discover now