CAP. 3 - Pegue-me

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- Vou lhe dar uma vantagem!
Dez segundos.
..
Dez
..
Nove
..
Oito
..
Sete
..
Seis
..
Cinco
..
Quatro
..
Três
..
Dois
.....
Um!

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Estou correndo, desesperada, tentando não fazer barulho algum. Carrego os meus sapatos nas mãos para abafar o barulho da corrida.
Eu não sei nem se tenho alguma chance contra aquela coisa...

A floresta é tão densa, é quase impossível de ver algo, principalmente na chuva!
Que jogo infernal, não sei nem aonde devo estar indo e muito menos aonde Jack está.

Apenas corro... Como se a minha vida dependesse disso... E depende!
Se ele me pegar aqui, eu irei apodrecer de fome, ele não se importa nenhum pouco comigo, não sei nem por que ele não me matou ainda. Para brincar comigo? Que motivo idiota.

É provável eu morrer nessa brincadeira. Quanto mais eu corro, mais ansiosa eu fico, não acho nenhum lugar para ao menos me esconder, os arbustos são pequenos e o tronco de uma árvore não iria me esconder por muito tempo... Eu tenho que ser esperta.

Não aguento mais correr, apenas ando sem fazer barulho algum, torcendo para ele não estar perto o suficiente. O som da chuva abafa um pouco os meus passos, mas imagino que se os meus eles abafam, os passos de Jack seriam inaudíveis.

Mas, por um milagre, escuto algo.. não era Jack, era o som de uma cascata de água, vindo da minha esquerda. Recupero o fôlego que me resta e corro imediatamente para esse lugar, porém quando chego próxima, vejo que não era uma cascata, mas sim uma enorme cachoeira, e em baixo um lago. Como era possível um lugar assim aqui?

Era um colírio para os meus olhos uma visão tão pacífica, mas eu não podia me distrair, andei pelas pedras em volta do lago, tentando me aproximar da cachoeira, eu tinha que ao menos ver se eu poderia me esconder atrás dela

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Era um colírio para os meus olhos uma visão tão pacífica, mas eu não podia me distrair, andei pelas pedras em volta do lago, tentando me aproximar da cachoeira, eu tinha que ao menos ver se eu poderia me esconder atrás dela.

Escalar essas pedras molhadas foi a pior escolha que fiz... Se eu errar agora.. Não! Não vou pensar nisso.
Tenho que andar grudada nessa montanha, até eu chegar no final desse vão.

Se eu mal consegui passar aqui, Jack não vai nem pensar em atravessar, ele é enorme! É impossível para ele.

Após conseguir atravessar o pequeno penhasco, me encontro atrás da cachoeira, mesmo estando bem escuro, eu conseguia ver uma luz refletida pela água. Agora eu só poderia ficar ali, esperando...
Sentei no chão úmido e rochoso, até ele desist... Ele iria desistir? Quando a brincadeira acaba? Que droga, eu não perguntei isso!

A única alternativa é esperar. Esperar. Esperar... Eu estava tão cansada, faminta... Ao menos eu consegui matar a minha cede com a própria água da cachoeira. O cansaço era maior que a minha força, maior que a fome, maior que o frio.

Depois de um bom tempo sentada no fundo das rochas, eu apaguei.

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Sinto uma gota de água em meu rosto, acabo acordando, ainda na cachoeira, mas não havia mas luz, estava de noite, apenas a luz da lua passava a cachoeira, parecia mágico. E... Ele não me achou! Isso, eu consegui ganhar dele!

Levanto em um pulo quando penso nisso, mas ao mesmo tempo sinto que não estou sozinha... Algo está encarando as minhas costas... Não pode ser!

- Dormiu bem cadelinha?

Ele nem se quer ri, apenas fica me encarando com um sorriso no rosto, os seus olhos são as únicas coisas que aparecem no escuro.

Acompanho os seus olhos totalmente azuis se erguerem mais de dois metros, o que me deixa totalmente sem reação. Dou alguns passos para trás, acabo tropeçando em uma pedra e caio de costas.

Como um vulto ele fica sobre mim, prendendo os meus pulsos no chão, meus olhos tentam se abrir mais ainda para enchergar algo naquela escuridão.

Sinto algo molhado estar escorrendo em minha bochecha e não era uma goteira! Não, ele estava babando em mim. Por que ele estaria babando em mim?

- Eu poderia acabar com você agora...

- Não.. P-por favor..

Ele segura o meu pescoço, deixando uma das minhas mãos livres, então seguro no pulso dele, mas não adianta nada.

- Sua carne deve ser doce... Uma mordida vale a pena?

Ele ri alto, ecoando por toda a cachoeira.

- Se você for me matar, me mate logo!

Não consigo me conter, não aguento mais essa tortura.

- Você está estragando a brincadeira!

Ele aperta mais forte o meu pescoço, apenas consigo dar um gemido de desconforto.

- Seria um desperdício, acabar com o meu brinquedo tão rápido. Aliás... Você foi a primeira que ficou tanto tempo escondida de mim.

Arregalo os olhos, incrédula. Então quer dizer que eu ganhei? Mas então por que ele está agindo assim?

- Mas ainda assim querida... Eu te achei!

- Jack... - Tento falar com o pouco ar que me resta - Eu... Não sabia quando.. a brincadeira.. acabava..

Eu sinto a sua respiração aproximar-se do meu pescoço, como se ele fosse cochichar algo no meu ouvido.

- Ela acaba quando eu pego você, cadelinha...

- Jack... eu..

Não consigo mais respirar... A minha vista está ficando cada vez mais turva, aqueles olhos me encarando, estão se apagando...

Jack Risonho - O SacrifícioDonde viven las historias. Descúbrelo ahora