CAP 82 - O Fogo e O Frio

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L- Sério?... Tem vários lugares os quais você ainda não foi que poderíamos explorar juntos...

- Bem... Tenho muitas memórias enterradas naquele lugar... E foi lá a última vez em que me senti viva de verdade...

L- Outro motivo, você quase morreu nos porões daquele lugar.

- E foi lá aonde eu me apaixonei por Jack.

L- É... Apenas por você dizer isso, já posso entender que não bate bem das idéias. Vamos logo então... O caminho é um tanto longo.

- Você poderia passar no circo quando voltarmos? Gostaria de pegar alguns pertences meus que ficaram lá.

Lúcifer acena com a cabeça, e pela primeira vez vejo o seu corpo entrar em chamas rapidamente, quase uma combustão, sendo consumido por uma fumaça negra ao mesmo tempo, que quando se dissipa, o cavalo reaparece, como em um truque de mágica.

Subo em cima do mesmo, andamos lentamente sobre a neve, passando em meio as árvores, deixando o seu rastro na neve para trás. Tudo parecia diferente com o manto branco encobrindo a paisagem...

A neve era uma das únicas coisas que se era possível observar durante a noite, a luz da lua estava ofuscada entre as nuvens, o meu pequeno lampião não iluminava quase nada enquanto cavalgavamos, eu poderia apenas confiar na intuição de Lúcifer

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A neve era uma das únicas coisas que se era possível observar durante a noite, a luz da lua estava ofuscada entre as nuvens, o meu pequeno lampião não iluminava quase nada enquanto cavalgavamos, eu poderia apenas confiar na intuição de Lúcifer.

Ele começa a acelerar suas pegadas, passando agilmente entre as árvores... Como ele poderia estar vendo algo naquele breu? Corremos por alguns minutos, até seus galopes diminuírem outra vez.

- Por que estamos parando..?

As árvores começam a diminuir, deixando o campo em volta cada vez mais vazio, como se estivéssemos entrando em uma planície. Lúcifer vira sua cabeça para trás, fazendo um sinal para mim descer, obedeço-o.

Estava muito frio

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Estava muito frio... Não entendo o que ele estava fazendo, encaro os arredores e estava tudo escuro, mesmo segurando o meu lampião em mãos, ao encarar para trás, o meu corpo encosta no de Lúcifer, fazendo ficarmos colados um ao outro.

Sinto suas mãos agarrarem os meus ombros, não deixando-me escapar.

- Nao faça algo de que vá se arrepender...

L- Calma garota... Você não reconhece esse lugar?

- Não...

Reviro a minha mente em busca de uma resposta, mas estava tão escuro que eu não poderia nem se quer relacionar esse lugar a algum outro.

L- Jack me falou que você correu dele aqui...

Deus... Era a planície que eu havia achado atrás da cachoeira... Jack havia perguntado se eu o amava... Eu fuji, sem saber o que responder, entrei em pânico total...

- Eu me lembro...

L- Venha...

Lúcifer segura em minha cintura e em minha mão direita, criando uma situação como se fosse uma dança.

- O que está fazendo??

L- Ao menos uma dança você deve a este demônio que lhe salvou, não acha?

Nem ao menos concordo com a cabeça e ele puxa-me para perto de si outra vez, dançando lentamente enquanto guia os meus passos... Se ele não tentasse nada contra mim, eu aceitaria aquela dança.

L- Você se importaria se eu assumisse a minha forma verdadeira?..

- E por qual motivo você quer isso?..

L- Seria muito mais confortável para mim, pode ter certeza... Eu não sou um grande fã da minha camuflagem... Também iria esquentar mais o seu corpo... A não ser que você esteja com medo.

- Não, eu não tenho medo.

L- Pois bem...

Lúcifer anda um pouco longe de mim, fazendo um clarão se estender em meio a noite, derretendo toda a neve ao seu redor, logo ele aproxima-se de mim, seus passos derretiam o manto branco ao chão... Seus olhos amarelos vivos me encaravam de um jeito um tanto assustador.

L- Prometo não lhe queimar...

- Vou tentar acreditar...

Seguro em suas mãos ásperas... Eram tão quentes, ao mesmo tempo confortáveis, esquentando as minhas, o calor que seu corpo emanava não era excessivo, me mantia aquecida.

L- O que seria a morte sem uma boa dança entre amigos

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L- O que seria a morte sem uma boa dança entre amigos...

- Talvez eu ainda não esteja morta...

L- E talvez eu não seja um demônio, quem sabe.

Dançamos em meio a neve derretendo-se a nossa volta... Até os meus pés doerem e Lúcifer segurar a minha cintura ainda mais, levantando o meu corpo, apertando junto ao dele, como se eu fosse uma boneca sendo controlada por ele naquela dança aonde eu flutuava.

L- Obrigado por confiar em mim...

Lúcifer pronuncia enquanto coloca-me ao chão outra vez, passando suas mãos entre meus cabelos...

Jack Risonho - O SacrifícioWhere stories live. Discover now