Jack Risonho - O Sacrifício

CAP. 43 - Trabalho Perfeito

- Você poderia me dar ao menos um calendário ou até mesmo um relógio.

- Tenho certeza de que contar os dias e principalmente o tempo aqui não será uma das melhores ideias.

- Jack.. quero contar os dias e o tempo que você está longe...

Reviro os olhos para cima em desaprovação, nunca entenderia os seus sentimentos apesar de senti-los.

- Certo, vou ver o que posso fazer...

- Obrigado Jack.

Vejo que ela estava vindo em minha direção oferecer seu abraço, mas não tenho tempo e muito menos saco pra esse tipo de coisa, apenas sumo em meio a névoa vendo seu rosto de decepção, era prazeroso.

....

Jeremy Liam, 11 anos, mora em uma cidade pequena ao norte, poucas testemunhas mas uma grande diversão.

Observo aquele garoto sozinho em meio ao parque em um gira-gira enferrujado... Não poderia ser mais perfeito. Fico ao lado do balanço até seus olhos baterem em meu corpo.

- Jeremy!

O garoto da um avanço para trás levantando-se do brinquedo. Não era novidade, quem não se assustaria seria um tolo.

- Quem é você!?!

- Sou o seu novo amigo! Deixe-me me apresentar, meu nome é Jack.

- E... o que você é?..

Poderia sentir o medo em seu rosto... me alimentava cada vez mais.

- Um palhaço!

- Sério?.. e por que você não é..

- Colorido?

- Sim....

- Minhas cores desbotaram!

- Ah.. entendo... por que você quer ser meu amigo?

- Eu sinto que você precisa de um amigo Jeremy! Você parece não ter muitos, não é?

Ele olha para baixo concordando com a cabeça, sua ingenuidade era a melhor parte...
Estendo minha mão para ele exibindo minhas garras.

- Horas, então poderemos brincar juntos, o que acha?

Vejo seus olhos castanhos encararem minha mão como um sinal de ameaça, mas seu alarme logo passa, segurando em meus dedos ariscamente.

- Está bem... nós podemos brincar de pega-pega?

- Claro! É a minha brincadeira favorita!

- Ok, você irá contar naquela parede enquanto eu me escondo e você tenta me pegar!

Concordo acenando a cabeça para aquele pequeno pedaço de carne ambulante. Após esperar um tempo olho para trás fingindo que não sei aonde ele está, mas já sabia desde o início, ele nem ao menos corre em silêncio e consigo ver o cenário que está atrás de mim mesmo focando a minha frente. Não, ninguém pode fugir de mim.

- Achei você!

Seguro em sua camisa arrastando-o para fora da moita.

- Você quase me matou de susto!

Uma voz um tanto perto irrompe em meio ao bosque.

- Jeremy!! Jeremy, aonde você está??

- É a minha mãe... tenho que ir. Verei você novamente?