CAP. 51 - O Vazio Em Mim

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Jack coloca-me na cama em meio aos lençóis negros outra vez, sinto ele bufar ao largar-me, talvez ele não quisesse tocar nesse assunto tão cedo, mesmo eu nem sabendo o que estava acontecendo... Ele senta-se ao meu lado encarando o chão de azulejos vinho cristalinos.

- Mesmo você não me dando nem se quer dez minutos, já posso lhe dar uma resposta satisfatória por hora. 

- Eu não pedi para você vir atrás de mim!

Ele vira sua cabeça repentinamente em minha direção tendo seus olhos consumidos por uma raiva genuína, puxando a minha perna inteira em sua direção na cama, sentia suas garras penetrando minha carne enquanto era arrastada para perto de si, ficando com as pernas em seu colo, não pude deixar de soltar alguns gemidos de dor. 

- Pode ter certeza de que agora eu não terei piedade nenhuma.

- E-Está bem... obrigado.. por ter vindo...

Suas mãos passam pelo meu pescoço enquanto ele me encara como se estivesse segurando o seu ódio contra mim. 

- O ritual que aquele filho da puta estava realizando... eu o interrompi ao meio sem hesitar.

- Sim... na hora certa.

- Talvez não cadelinha... na pior hora possível. 

Meus olhos fixam para baixo em busca de alguma explicação que seja meramente imaginável.

- A adaga que o maldito usou estava repleta de magia negra, assim como as próprias palavras que foram ditas, retirando a sua alma ao ser ferida em seu ventre...

- Então...

Eu não conseguia acreditar... tudo indicava que eu não tinha mais a minha alma, e o pior, não estava nem se quer viva! Mas isso ainda não explicava tudo, havia algo mais. Jack segura o meu rosto, fazendo-me encará-lo outra vez.

 Jack segura o meu rosto, fazendo-me encará-lo outra vez

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- Quando eu olhava para você... conseguia ver a sua alma, brilhando... me enojava muitas vezes. Mas agora... você esta completamente vazia. 

- Você quer dizer que... eu não estou viva? - Como eu pensava...

- Não querida... você não está morta, porém tenho certeza de que também não está completamente viva. 

- O que eu sou??

Coloco meu rosto entre minhas mãos, passando meus dedos entre meus cabelos, tirando minhas pernas do seu colo e me encolhendo, mesmo com a mais pura tristeza, eu não conseguia chorar, isso sempre me acalmava e agora nem isso posso.

- É algo que me deixa curioso até agora... o fato de seus machucados se regenerarem, posso dizer que desperta o meu interesse...

- Então você não sabe o por que disso acontecer?

Jack solta uma gargalhada erguendo sua cabeça para cima, como se estivesse zombando de minha pergunta.

- Se você soubesse o que realmente sou e tudo o que posso fazer... apenas saiba que meus conhecimentos sobre magia negra ultrapassam o imaginável.... você pode ter se tornado tantas coisas querida...

Eu acreditava em Jack, eu sabia que ele era uma criatura única, mesmo ele jogando isso na minha cara. Mas, de qualquer forma, ele sempre parecia esconder algo de mim em suas frases...

- Aonde está a minha alma?

- Alma?

Ele ri descontroladamente levantando-se da cama e andando devagar pelo quarto escuro. 

- Não putinha... não existe mais alma alguma! Ao interromper o sacrifício, sua alma simplesmente desintegrou-se... estando fora de seu corpo, não poderia guiar-se sozinha até o final do ritual, não aguentando o mesmo ser quebrado. Você havia morrido, desaparecido até mesmo após a morte, mas... consegui lhe ressuscitar mesmo sem a sua alma. E posso dizer que é um milagre você ainda estar aqui... mesmo que seja dessa forma. Um milagre chamado EU. 

Ele sorri, curvando-se, uma expressão sádica toma o seu rosto, aproximando-se cada vez mais de mim novamente. 

- Então... você não tem mais a minha alma.

- Como eu disse...

Tento ir para trás em meio aos lençóis, mas Jack estava andando de forma ameaçadora, subindo em cima da cama como um animal e prendendo os meus pulsos acima da minha cabeça sem nem se quer dar-me uma chance de revidar.

- Apenas vejo o seu interior vazio agora... isso me deixa...

Ele solta algumas risadas, mas sua voz estava baixa e extremamente grossa em meu ouvido, sinto sua língua passando devagar por minha face, até mesmo pelos meus lábios, minha cabeça que estava a mil pensamentos acalmasse devagar. Sinto suas unhas esfregarem a palma da minha mão, fazendo alguns cortes, mas os mesmos eu sentia sumir aos poucos, o que não deixava de serem agoniantes. 

- ... louco para preenchê-la, putinha... posso não ter mais a sua alma, mas o seu corpo é inteiramente meu... você não irá fugir de mim, NUNCA...

- Como tem tanta certeza disso?...

Falo entrando em seu jogo doentio outra vez, mas em sua face apenas a sua expressão maliciosa fica mais forte, agora segurando com apenas uma de suas mãos os meus pulsos, descendo sua outra garra até o meu pescoço.

- Irei lhe fazer implorar por mais... vamos testar até aonde o seu corpo aguenta.

 vamos testar até aonde o seu corpo aguenta

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Jack Risonho - O SacrifícioWhere stories live. Discover now