CAP. 50 - Agonizante

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Notas da autora:

"Corações que não foram feitos para bater vivos..."

"Sem uma alma para manter parte de você humano..."

"Diabo sintético, meu amor virou loucura..."

"Eu sou a linha que ainda está segurando você..."

~ Neon Sonata - Aviators.

Agradeço de coração pela divulgação que minha história está tendo... chegamos ao capítulo 50! Nunca pensei que chegaria a tanto nessa jornada, o público não para de aumentar a cada dia...

Somos quase 10k, isso é incrível para uma garota que passa as noites escrevendo capítulos e delírios de seu amigo e amor imaginário, Jack Risonho. Obrigado a todos... Boa leitura.

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Bella:

Deus... o que aconteceu comigo?!? Coloco os dedos em meu pulso mas sem sucesso algum, era como se meu sangue nem sequer existisse! Como eu estava viva?

Minha pele estava extremamente pálida, sentia os meus dedos gelados, como não havia notado isso antes? Sinto os meus olhos pesarem, uma angústia, e ao mesmo tempo vontade de chorar invadem o meu corpo, mas nenhuma lágrima sequer é lançada.

Nesse momento algo vem a minha cabeça, rasgo o pequeno pedaço de pano colorido em meu ventre tentando ver o meu ferimento. Não havia nada mais ali, nem sequer um corte, a dor havia passado.

Tento levantar em busca de algum espelho no banheiro, mesmo com alguns passos em falso, consigo chegar até a porta vermelho escuro a qual eu abro e me dirijo lentamente segurando-me nos móveis.

O vestido ainda estava em meu corpo, mas com a parte do ventre rasgado, fazendo um grande buraco demonstrando a minha barriga apática.

Encaro o espelho chegando cada vez mais perto do mesmo, olho nos meus próprios olhos, algo estava faltando, o brilho neles. Toco em minha pele e sinto algo que nunca havia sentido, parecia até mesmo um novo toque, a cada segundo que se passava eu ficava cada vez mais fria e meus olhos... até mesmo achava que seu azul ficava cada vez mais transparente do que o normal.

 até mesmo achava que seu azul ficava cada vez mais transparente do que o normal

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- Meu Deus...

Sussurro ainda tentando chorar, sem sucesso... agora penso em apenas uma coisa. Sem nem pensar quebro um dos vasos em cima da cômoda de um dos espelhos do banheiro, espalhando vários cacos de vidro ao chão... abaixo-me e pego o mais pontiagudo que vejo, colocando na parte interior do meu braço, fazendo um corte não muito profundo em minha carne.

Eu sentia a dor, tanto que me arrependi na mesma hora, entretanto o sangue não escorria, eu poderia ver o ferimento sendo cicatrizado vagarosamente em meu braço, aquilo era assustador! Enchendo a minha mente de pensamentos sórdidos sobre o que havia acontecido comigo naquele galpão escuro...

Queria falar com Jack sobre isso, mas algo me dizia pela sua expressão anterior que ele já sabia de algo... talvez ele achasse que eu não fosse descobrir tão cedo, seja lá o que tenha acontecido comigo...

- Por que se cortou cadelinha?

- O quê?..

Jack estava parado atrás de mim, eu nem havia notado com a minha mente em pânico, mas vejo o seu reflexo no espelho, lembrando-me do dia em que fomos até a casa de espelhos juntos após ele me obrigar a dançar no teatro... eu mal sabia o que iria acontecer naquele parque. Volto com meus pensamentos, Jack estava me encarando friamente como se eu tivesse feito algo errado.

- O que está acontecendo comigo??

Falo sem hesitar, viro-me para ele, o qual nem ao menos parecia estar preocupado, sua expressão era a mesma, vazia, o seu sorriso contorcido não aparecia em seu rosto.

- Aonde você se cortou?

Fito-o sem entender nada, mas mostro o meu antebraço a ele, mesmo não havendo mais marca alguma do corte.

- Eu... foi aqui... mas o ferimento, não tem mais nada!

Ele segura o meu braço rapidamente com suas garras, rasgando-o por inteiro, fazendo-me berrar de dor, perco o equilíbrio das pernas ao entrar em choque.

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO??

Falo em meio aos prantos, lágrimas nem nesta situação, meu braço ainda estava em sua mão, me deixando dependurada mesmo ajoelhada aos seus pés, aquela dor era até mesmo pior do que a facada que levei a alguns segundos atrás, parecia que a minha pele ardia em chamas.

- Hm... interessante, você sente dor.

- ÓBVIO QUE EU SINTO DOR!!!

Jack solta o meu braço, fazendo-me despencar no chão, deixando-me em posição fetal, encolhida no piso frio, agonizando de dor. Puxo o braço para mim, vendo até mesmo os meus ossos com o tamanho do ferimento que ele fez, extremamente profundo, suas garras eram enormes, pareciam até conter veneno... Mas não estava sangrando de forma alguma, eu ainda não compreendia.

Fecho os olhos, tentando deixar o tempo passar, como se fosse estancar a minha aflição, Jack não fazia nada, provavelmente estava se divertindo vendo a minha tortura

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Fecho os olhos, tentando deixar o tempo passar, como se fosse estancar a minha aflição, Jack não fazia nada, provavelmente estava se divertindo vendo a minha tortura... Outra vez sinto o seu toque, mas me recuso a abrir os olhos, ele segura abaixo dos meus ombros, erguendo-me para cima.

- Hey... não precisa sentir tanto medo cadelinha... afinal, não tem mais nada em seu braço para lastimar-se.

Sua risada ecoa pelo banheiro, como ele poderia achar aquilo divertido??

- Você quase arrancou o meu braço!!!

- Eu só queria... fazer um teste apenas.

- PRECISAVA DISSO TUDO???

- Talvez eu tenha me empolgado um pouco... E abaixe o seu tom de voz ou irei fazer pior.

Encaro-o com raiva, mas ainda assim ele parece estar gostando da situação, em me ver confusa e com ódio entre suas garras, sem poder fazer nada. Seu sorriso talvez fosse uma forma de me provocar ainda mais.

Ele me arruma em seu colo, tirando suas mãos de baixo dos meus braços e segurando-me abaixo dos meus joelhos e pescoço, levando-me para fora do banheiro sem nem sequer olhar para mim, mas soltando algumas risadas sarcásticas ainda pelo acontecido...

- Precisamos conversar.

Rosno em uma só frase, encarando-o, mas quando Jack faz o mesmo sinto-me totalmente intimidada com o seu olhar. Seus dentes aparecem acima de mim dando talvez o que para ele fosse um ato de compreensão, mesmo sendo ameaçador estar abaixo daquilo.

- Quem sabe, putinha...

Jack Risonho - O SacrifícioWhere stories live. Discover now