Mariah - "homeless"

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Levanto a mão para dar em sua cara, ele fecha os olhos em reflexo ao movimento, ao invés de me impedir, como se esperasse levar o golpe.

Paro a mão a centímetros de sua face direita, meu lábio começa a tremer e a vontade de chorar forma um bolo na garganta. Dou as costas e ando até a porta, vou embora.

-Máriah. - Ele me chama, pelo nome certo desta vez, mas não adianta, quero sumir.

Abro a porta depressa, sei que Chase tentará me seguir, saio abruptamente e então trombo com alguém e caio de bunda no chão. Permaneço no chão com a cabeça baixa, respiro fundo e tento reunir forçar para continuar, sinto um negócio estranho no peito, com as mãos abertas passo os dedos na sobrancelha num movimento nervoso. O homem que me fez cair oferece a mão para me ajudar a levantar, porém Chase vem por trás, com as duas mãos na minha cintura me ergue do chão, e aqui entre nós não foi nada delicado. Me roda, se colocando entre eu e seu irmão.

-Vai embora Jessie, eu me entendo com ela. - Chase estende o braço para empurrar o irmão, mas Jessie bate em seu braço.

-O que significa isso? - Jessie mostra um envelope, possesso de raiva.

Pronto, irei testemunhar briga de família.

-Foto de recordação, para a senhorita Vinz não sair de mãos abanando. - Explica Chase, Jessie olha para mim e me analisa, sei que claramente pode-se ver que eu estava chorando, meu nariz e olhos ficam avermelhados.

-Eu vou arrebentar sua cara. - Jessie joga o envelope com violência, e as fotos que estavam dentro se espalham no chão, ele se prepara para ir para cima do irmão.

E eu, faço uma coisa bem estúpida.

-Jessie. - Me coloco entre os dois. - Chase apenas se enganou com os acontecimentos, posso esclarecer? - Ele está nervoso ainda, e sinto que não quer falar nada ao irmão, tento garantir que falarei apenas o necessário, mas é difícil a comunicação pelo olhar.

-Pode. - Jessie relaxa os ombros cansado da situação.

Me viro e agora fico frente a frente com Chase, desvio o olhar por um momento e observo as fotos no chão, em uma delas Jessie está apenas com a calça de plástico com a mão em meu braço e eu olhando para sua mão, sinto um vergonha e quase desisto de falar.

- Senhor, seu irmão foi aprisionado pelos amigos numa brincadeira muito boba, e com vergonha não quis ligar para ninguém da família, sem opção me telefonou, fui até lá apenas para ajudá-lo. - Sou clara e condescendente ao falar. - Voltamos de táxi, ele ficou em casa primeiro e depois fui para minha, desculpe o transtorno causado, senhor Keims. - Seus olhos são tão penetrantes que parece que pode ver minha alma pela pupila.

-E quanto custou essa ajuda? - Mesmo eu fingindo que toda sua ignorância não ocorreu, ele insiste em criar uma má impressão minha, e neste momento agradeço por ter pensado nisso ontem de noite.

-Ela não aceitou o dinheiro. - Jessie respondeu por mim, irritado com a implicância do irmão.

-Com licença, mas tenho uma reunião importante com a sua loja, senhor. - Tenho medo que ele me impeça, mas isso não acontece, me retiro da sala com as pernas tremendo. Caminho devagar pelo corredor tentando respirar, sinto que esqueci como fazer isso normalmente, passo direto pela minha mesa e viro em direção ao elevador, o telefone de minha mesa toca, dou meia volta e corro para atender.

-Bom dia, Golds Plaza. - Atendo.

-Quem é? - Pergunta uma voz feminina do outro lado.

-Secretária Vinz. - Mantenho o tom firme, chega de ser bobinha nesse lugar.

As quatro agendasWhere stories live. Discover now