Acordei sozinha, encontrei Chase na cozinha usando a cafeteira. Sentei na cadeira em frete a bancada da cozinha, ele põe duas xícaras e as enche em silêncio.
-Está se sentindo melhor? - Quebro o gelo.
Ele está sem camisa, parece que tomou banho, mas o curativo está bem parecido com o que eu fiz.
-Estou sim. - Ele coloca na banca biscoitos amanteigados e torradas. - Não tem pão fresco, então... - Não entendi o seu dar de ombros, nem sua voz baixa e sem emoção.
Ele não percebeu o quanto eu tive que engolir pra vir até aqui. Ele parou de falar comigo sem motivo algum e pá, me chama no meio da noite?
-Vai falar comigo assim agora? - Chega de ficar guardando as coisas que quero falar.
-Assim como? - Ele pergunta com a mesma voz morta.
-Com essa má vontade. - Meu tom está ficando arrogante.
-Eu ainda to sentindo dor, é por isso. - Explica, e me surpreendo por não me sentir culpada.
-Hmm. - Tomo o café, e queimo a língua. Porque ele está me deixando tão desconfortável? - Porque sumiu?
-Pergunta como se não soubesse. - Responde após tomar um gole do café também, ainda no mesmo tom, sem alteração alguma, como alguém consegue ser tão imparcial assim.
-Não teria perguntado se soubesse. - Teimo.
-O que você achou que fosse então?
-Não sei, eu não fiz nada. Nem sabia que estava bravo.
-Então porque não me procurou? - A pergunta foi um tiro. Realmente, se não houve nada, porque ele sumiu e eu o deixei sumir.
Ah sim! Ele não sabe, mas eu fui beijada por Jessie e acho que a culpa me impediu de pensar direito, eu o deixei ir como se ele soubesse do beijo. Ele pode ter ido embora por qualquer outro motivo, mas nem pensei a respeito.
-Seja mais discreta, consigo ouvir sua cabeça pensando. - Ele até me assusta, lembro de sua presença e fecho a boca que abriu sozinha.
-Não seja ridículo. - Mordo uma torrada, espalhando farelos pra todo lado.
-Mesmo sem saber que eu sei, você sabe que fez algo que eu odiaria, e por isso, aceitou meu desaparecimento.
-Chase...
-Relaxa, não me importo. - Levanto e dou a volta na bancada pra ficar bem frente a frente.
-Eu não...
-Não... - Ele se aproximou mais. - Me... - Quase encostou seu nariz no meu. - Importo...
Porque estou com vontade de chorar? Eu não fiz nada de errado.
-Não faz isso, não vamos acabar assim por nada.
-Ah, agora temos algo? - Eu preferia sua voz sem emoção, porque Chase irônico me dá nos nervos.
-Meu casamento é semana que vem. - Digo com um tom claro, "não irá fazer nada a respeito?", mas ele ignora a deixa.
-Minhas congratulações. - Foi a última vez que o vi, com o mesmo sorriso quando o vi pela primeira vez, na entrevista.
-Tchau, Chase Keims. - Pego minha bolsa e vou embora.
Estava no táxi enquanto pensava, "devia ter perguntado o que houve antes de brigar com ele, agora além de estar puta com ele, estou curiosa".
Passo em casa pra tomar banho e vou ao trabalho. Quem sabe eu me jogo do último andar hoje. Se não for isso, me afogo no primeiro banheiro que entrar.
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As quatro agendas
RomanceNum golpe de sorte, a senhorita Vinz consegue seu então desejado emprego na maior empresa do estado, onde os donos são quatro irmãos, ela como secretária tem que realizar seu trabalho e cuidar desses quatro homens singulares, e descobrir o que suas...