Mariah - "EU?"

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É só não jogar! Pensei...

Entro no carro prata, Jessie usa bermuda esportiva, uma blusa parecida com a minha, provavelmente da mesma loja, o rádio toca alguma música fofa demais, pelo jeitinho deduzo ser da Meghan Trainor, sou recebida por ar condicionado e um sorriso juvenil.

Ele é exatamente como aquele personagem de filme retratado na escola, o mais lindo do colégio que a menina invisível da turma se apaixona, e após momentos de fazer suspirar, sorrisos e piscadinhas discretas, enfim eles se apaixonam. Jessie é isso.

-Preparada? - Que tipo de pergunta foi essa? Balanço a cabeça feito uma boneca, concordando, enquanto por dentro já preparo a desculpa para não participar.

Chegamos após cinco músicas, ou seja, foi rapidinho, na verdade eu conheço essa escola, é uma no centro que virou até universidade, Jessie estaciona o carro em uma das ruas paralelas e vamos lado a lado pela calçada.

-Nossa, esse lugar é tão perto e eu nunca mais vim aqui. - Comenta, olhando para os edifícios com nostalgia.

-Todos os Keims estudaram aqui? - Continuo o assunto.

-Não, na época não tínhamos dinheiro, Chase conseguiu uma bolsa, quando chegou minha vez meu pai já tinha condições de pagar. - Explica, a noite está tão linda, não há carros por perto, tudo tão tranquilo.

-Nunca vi essa escola. - Atravessamos a rua, daqui parece um prédio normal, nem tem muro?

-Duvido, deve ter escutado alguma coisa sobre, sempre morou por aqui? - Ixi, não quero falar sobre minha vida.

-Não, mais para o sul, estudei numa escola tão distante que pode-se considerar interior. - Ele enrugou o queixo pensando um pouco.

-Mais ao sul? Em direção as fazendas? - Ai, vamos mudar de assunto.

-Não, ali no centro dos imigrantes. - Era um lugar amontoado de gente, pessoas de todos os lugares se mudavam pra lá, foi o caso do marido da minha irmã, após perde os pais, fiquei sob a guarda dela e fui obrigada a ir onde fosse.

-Ah sei, sei onde é. - Diz animado. - Fui várias vezes lá quando mais novo, tem uns produtos bem barato.

-Então faz muito tempo, por causa de uns problemas nas exportações ficou tudo caro. - E isso complicou a situação de minha irmã, e o mínimo que eu podia fazer era deixar de ser um fardo a mais, pensei que logo pegaria minhas coisas e iria embora com... Mas a ideia dele de ir embora era um pouco diferente.

-Mariáh? - Jessie chama.

-Oi? - Jessie ri.

-Você ás vezes sai de si que nem percebo. - Sorrio, não posso negar, entramos por um estacionamento, que assim no meio da noite é meio assustador, viramos e realmente, é a escola mais bonita que já vi, parece até uma cidade estrangeira. É tudo limpo demais, simétrico e alinhado.

-É bem grande. - Comento, seguimos um dos caminhos, e passamos por três edifícios até que altos, viramos a esquerda e há uma espécie de refeitório, mesas e cadeiras, colunas sinalizando os limite do lugar.

-Eu ficava naquela mesa do canto, aí teve uma vez que um dos meus amigos arrumou briga com um moleque mais novo, aí tinha uma regra implícita que mais velhos não pode bater em mais novos, então pediram pra mim bater no menino.

-E você bateu? - Daqui já vejo a quadra, as luzes chamam atenção e vozes ecoam pela escola.

-Bem, eu tentei, mas apanhei, e ainda descobri depois que era um dos filhos do dono da escola, e quase fui expulso. - Ele relembra, e eu imagino, um Jessie mais novo apanhando nos tempos do colégio. - Foi nesse dia que descobri o significado do nome da escola.

As quatro agendasWhere stories live. Discover now