Mariah - "eu já sei a resposta"

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Que... Não há adjetivos para expressar tudo, enquanto o elevador faz seu trabalho de me deixar o mais longe dele, puxo meu vestido para baixo, como deixei o tecido subir tanto... Quem dera o problema fosse só o vestido e sua ousadia...

Que ousadia. 

Não é a palavra perfeita, mas se encaixa no que Chase fez. 

E esse cheiro? Aff, puxo um pedaço do tecido que cobre meu ombro e cheiro, o perfume dele misturou com o meu, que ódio. O elevador abre no meu andar, não tenho pressa de correr para meu quarto, porque aí dele se vier me encher  saco, vou xingá-lo. 

Abro a porta do apartamento, enrolo o cabelo na minha mão e improviso um coque, prendendo-o com o próprio cabelo. Pego uma garrafa de água gelada, estou abrindo o armário atrás de um copo quando a porta abre, fico de costas, não quero nem olhá-lo.

-Vinz. - Já virei para fuzilá-lo.

-Nem fala comigo. - Penso em erguer a mão, mas estou tão lenta que desisto.

-Arram! - Disse num tom de "desisto de você". - Não vem fazer drama agora. - Ele está rindo?

-Eu vou processá-lo assim que acabar de chorar. - E meus olhos realmente encheram, bem, pelo menos tentei lacrimejar um pouco.

-Quero saber pelo o quê. - Chase está no meio do apartamento, estou protegida atrás do balcão.

-Eu fui atacada, abusada e usada pelo meu próprio chefe... - Pausa para lágrimas que não quiseram escorrer, nem piscando muito e ele... Só riu.

-Atacada? - Ele se aproximou, distraidamente, dois passos apenas em minha direção e senti um frio na barriga, ai meu deus, se ele fizer tudo de novo, eu vou me deixar levar. Não venha!

-Chase, é sério. - Nem bebi minha água.

-Para, até parece uma adolescente inocente...

-Chega Chase. - Seu rosto mudou, o tom de leveza e brincadeira desapareceu.

-Você sabe que não foi isso que aconteceu Mariáh, mas, se é esse jogo que você quer fazer, então, eu aceito. - Ele se aproximou  mais, são sete passos agora.

-Que jogo o quê, não estou de brincadeira. - Digo tentando me manter firme.

-Eu só farei isso de novo... - Eu ia cortá-lo, mas ele levantou o dedo para deixá-lo terminar de falar.  - ... Quando você me pedir.

Foi minha vez de rir, minha risada ecoou.

-Nunca. - Aviso,  ele para de disfarçar e vem até mim, pega minha garrafa e bebe direto do gargalo.

-Você vai implorar de joelho. - Ele continuou rindo entre um gole e outro.

-Nem nos seus sonhos. - E foi assim que ele mudou a situação, os dois já estavam rindo na cozinha.

-Nos meus sonhos já estamos em outro patamar. - Arranco minha garrafa de volta e saio de perto dele.

-Quero distância de você. - Ando até meu quarto e antes de fechar a porta ouço- o dizer:

-Quero ver até quando. - E estou sorrindo, paro assim que lembro, que vergonha.

Trato de dormir logo e acordo no meio da noite suada, levanto e decido tomar um pouco de água, a porta do quarto dele está fechada, ando tranquila parecendo um zumbi sonolento, abro a geladeira e bebo. 

Uma luz chama minha atenção na sala, Chase está dormindo sentado no sofá com o notebook sob as pernas, a iluminação da tela ilumina o rosto dele que apoiado nas almofadas está de lado respirando suavemente.

As quatro agendasWhere stories live. Discover now