Mariah - "A bunda na jaqueta"

5.5K 350 24
                                    

Vinte minutos depois bateu um desespero, esse lugar só enche e enche a cada minuto aqui, maldito seja esse show.

Eu tinha que deixar o celular na bolsa, que anta!

Continuo espiando, se o Ian aparecer eu posso gritar ajuda, mas nada dele aqui fora.
Não sei mais quanto tempo fiquei ali, pareceram horas, mas o show nem começou ainda e estava marcado para às dez.

Então vejo Chase, na verdade reconheço pelo cabelo antes mesmo de ver seu rosto. Eu posso pedir sua ajuda, balanço os braços para chamar sua atenção, quando vejo que está acompanhado por uma morena.

Jogo-me no chão e saio me arrastando para trás, aff!! Vou morrer se for vista assim.
Espero eles tomarem uma distância e observo os dois ajoelhada, me escondendo no escuro.

Eles conversam um pouco, ela brinca cutucando sua barriga, passa até a mão em seu cabelo, mas ele continua falando como se a menina não estivesse se atirando.

Ian chega e leva a garota para dentro, antes de ir ela se despede de Chase com abraço apertado. Desnecessariamente demorado, espero que se distanciem e assim que vira para ir embora... Tento chamar sua atenção

Minha chance!

-Psiu! Ei! Chase! - Sussurrei um grito. Você deve pensar, impossível isso, mas tenho certeza que você já sussurrou um grito alguma vez.

Ele olhou em minha direção, levantei a mão e dei um tchauzinho. Chase andou até mim desconfiado, seu visual está mais descontraído como o Ian, uma calça jeans de tom claro, uma blusa de botões branca e jaqueta escura.

-O que você está fazendo ajoelhada aí? - Ufa, ainda bem que está com uma jaqueta, e que jaqueta, jeans fina, estiloso esse menino... Mas, foco Mariáh, foco.Lembre o monstro que ele pode ser.

-Eu sofri um acidente, e... Você pode emprestar sua jaqueta? Só até em casa. - Levanto devagar, tomando todo o cuidado do mundo.

-Para... - Ele está reclamando? - Já está de noite, ninguém vai reparar em manchinhas vermelhas na sua bunda, vem, vamos. - Chase pegou meu pulso e já ia me puxando, como se eu fosse uma criança fazendo drama.

Tento me manter onde estou e meus saltos escorregam no piso, consigo fazer sua mão me soltar e dou passinhos ligeiros  para trás, voltando para o escuro.

-É sério Chase, custa emprestar? - Peço de novo.

-Quanto drama, parece que é a primeira vez que menstrua. - Ele se aproxima de novo, coloco os braços para trás, para não me pegar pelo pulso de novo, mesmo assim, ele passa o braço pela minha cintura procurando meu braço nas minhas costas, para isso estamos muito próximos, num extremo desconfortável, me esquivo, me desvio.

Ah!

-Não, eu não tô... - Recuso-me a repetir, empurro-o com a mão espalmada em seu peito. - Que idiota! Minha saia rasgou, empresta vai.

-O que você andou fazendo que até rasgou a saia? - Seu tom soou pervertido, tenho a impressão que foi proposital.

-Dá logo. - Como estamos no escuro, e já estamos tão perto, tento tirar sua jaqueta, puxando o tecido de seus ombros, é uma liberdade que foi surgindo, não sei de onde.

-Mas que abusada, me despindo aqui, sem nem ao menos me pagar um jantar. - Dei risada de tão idiota, porque graça não houve alguma.

-Fala baixo, me dá logo. - Ele finge resistir, como se eu estivesse o violentando.

-Você trouxe camisinha, pelo menos. - Faço cara de nojo, e quem não se aguenta agora é ele que tira a jaqueta rindo,  põe os braços em volta de mim como se fosse me abraçar, fico imóvel feito estátua pelo ato, então ele deixa a jaqueta me cobrir e puxa as mangas pela minha cintura, amarrando na frente com dois nós.

As quatro agendasWhere stories live. Discover now