NATHAN.

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Espero ela chegar, se atrasa, percebo que é de propósito, ás 21:48 atravessa a porta de vidro de entrada, o rapaz que a atende a acompanha até minha mesa. A convidei para jantar um restaurante classe alta, não sei se aceitou por saber que sou um empresário, ou se sabe de quem sou filho.

A mulher é estranha, e posso pensar em dez motivos para julgá-la assim.

1-Ela é loira, sei que é falso, criada em laboratório, mas perfeito como de uma atriz. E seus olhos são preto fosco. Isso dá um ar de sobrenatural nela, não gosto.

2-Por causa do vestido que usa, de vista sei que é caríssimo, algumas tatuagens ficam amostra. O que torna seu estilo pessoal controverso.

3-Não acredito que ela veio usando tênis.

4-Não passou maquiagem alguma, nada, zero, que mulher se encontra com homem assim? (E mesmo assim, é até que bonita).

5-Ela mastiga chiclete feito adolescente, e me irrita profundamente.

Ela se senta, enquanto diz boa noite.

-Prazer, eu sou Nathan Keims. - Apresento-me.

-Adiante, vá direto ao ponto. - A mulher é magra demais, seu cruzar de pernas me fez reparar nisso.

Eu não fumo, ainda sim tirei o isqueiro prateado do bolso, e comecei a fumar um cigarro com um ar convencido e satisfeito, como se estivesse resumido o mundo numa frase, mesmo sendo proibido em lugares fechados, duvido alguém ousar pedir pra eu sair.

-Você pode casar comigo? - Perguntei sem rodeios, mesmo a vendo pela primeira vez, sem nem explicar meus motivos.

-... - Ela desistiu do que ia falar, não pôde nem dizer "desculpa, o que disse?", pois falei devagar e claro o suficiente para não haver enrolação.

-Não precisa pensar muito, a resposta é sim ou não. - Pressiono, apesar de não ter pensado na alternativa a prosseguir caso diga não, agi como se tivesse controle de tudo.

-Conheci sua mãe, mas além disso não possuímos nenhum tipo de vínculo. - Explica ela.

-Não minta para mim, senhorita Chambers, eu não negocio sem pesquisar. - Sua risada é harmoniosa e discreta, um riso suave como brisa de primavera.

-Sabia que algum Keims viria atrás de mim, só na imaginei que fosse você. - Admite ela, apoiando os cotovelos sob a mesa, nada elegante.

-Havia uma lista, sou o único que sabe escolher. - Admito também.

-Ah, então há uma lista, sei até qual critério você usou. - Minha vez de rir, nem a interrompi. - Escolhes-te pela conta bancária. - A moça afirmou com um toque de irritação.

-Sim.

-Sabia.

-Mas você nem é a mais rica da lista, se isso te conforta. - Faço sinal para o garçom, e peço um copo de água, e uma salada de entrada. - O que gostaria de beber? - Dirijo-me a ela.

-Uma Skoll Beats. - Uma o quê?

-Algo mais? - Perguntou o garçom, já anotando sua, bebida, recuso-me a repetir o nome do álcool que ela escolheu.

-Só isso. - Ela aguarda o homem nos dar privacidade para continuar. - Como dizia, não sou a mais rica? Então porqu...

-As duas primeiras eram muito feias, meu casamento sairia em todos os lugares, tenho que manter minha reputação também. - Esperei que risse como antes, me enganei, se manteve séria.

-Então, resumindo, você precisa casar, e está negociando comigo?

-Sim, não é tão complicado. - Concordo.

As quatro agendasDove le storie prendono vita. Scoprilo ora