"Wicked Games" 2. Capitulo

440 38 5
                                    

-Bem já que tenho de vos apresentar os vossos quartos sozinha ...

Tentei sorrir amigavelmente ... mas acho que não fui muito bem-sucedida. Os dois rapazes limitaram se a entreolharem se e anuir. Subi as escadas, seguida pelos mesmos e foi então que Jonathan questionou:

-quem são Violet?

Ele estava parado no meio de um degrau a olhar para o grande retrato dos meus avos que eu tinha feito a aguarelas. Os meus olhos automaticamente encheram se de água salgada que não se demorou a escorrer pela minha face.

-Aqueles são os meus avos Jonathan... aqueles eram os meus avos...- proferi entre lábios baixando a cabeça.

- O que e que lhes aconteceu?- questionou de novo o pequeno.

Preparava me para responder a questão quando fui interrompida por Tate.

-A Violet não quer falar sobre o assunto.

Era a primeira vez que ouvia a voz do meu «irmão mais velho». Honestamente? A voz dele era assustadora. Quer dizer, não era bem assustadora a palavra. Talvez intimidante? Sim é isso... Intimidante, rouca e surpreendentemente sedutora. Ele olhou me nos olhos, tal como fizera quando me olhou pelo vidro. Um olhar profundo. E ai... ele sorriu. Só isso. Um sorriso de compaixão notória...

Continuei a subir as escadas, um pouco corada, e apressei me a chegar ao primeiro quarto. Abri a porta e fiz lhes sinal para entrarem. Aquele era o quarto de Jonathan. Os meus pais tinham decorado o mesmo em diferentes tons de azul, com uma cama de casa no meio e imensos brinquedos novinhos em folha espalhados por todo o chão de mármore branca. A cara de Jonathan praticamente iluminou se e não pensou duas vezes em se atirar apara cima da cama, com a sua carinha corada e o cabelo loiro despenteado.

-Uau... Que péssimo gosto... Acho que se tinha de dormir aqui teria pesadelos com ursinhos de peluche. – Afirmou Tate com uma expressão extremamente irónica no rosto. Como e obvio, não pude deixar de concordar e gargalhar um pouco. Afastei me e abri a porta mesmo em frente 'a do quarto do meu maninho mais novo.

-Apresento te o teu novo quarto que só por acaso ... vais ter de partilhar comigo. Espero que não te importes com a desarrumação e...

Não tive sequer tempo de terminar. Tate entrou no quarto com a boca aberta de espanto. Uma expressão de tal maneira surpresa que me fez parar de falar.

-O que é que foi?- perguntei.

-Isto é o teu quarto? – Questionou ele – Uau ...

- Esta bem ... não e propriamente o quarto mais alegre do mundo ...- afirmei ao passar os olhos pelas paredes pintadas de negro. E ai entendi que talvez o meu quarto fosse um bocadinho assustador para uma garota de 16 anos. As paredes estavam pintadas de negro(para ser especifica um cinzento extremamente escuro, escolhido pela minha pessoa), com posters e fotografias coladas de todas as bandas e grupos musicais possíveis e imaginários desde Nirvana a Arctic Monkeys. No centro do quarto existia uma grande carpete também cinzenta e branca com imensas peças de roupa espalhas e no cantinho do quarto a minha cama que destoava da restante decoração mórbida pela sua cabeceira branca e corberta alva como a neve.

-Tu és muito... diferente... gosto disso. Adoro o quarto. E pelo que percebi ouves boa musica.

Afirmou ele enquanto se sentava na minha cama com uma caixa do CD dos Nirvana nas mãos.

- E suposto eu dormir aqui ... contigo?- questionou ele com um olhar deveras perverso.

-Não génio. Tu vais dormir no chão, mais precisamente num colchão de ar. – Retorqui ironicamente.

- Oh que pena ... - gargalhou ele de seguida fazendo-me rir também.

Wicked GamesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora