"Wicked Games" 33. Capítulo

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-Conta-me histórias...

-Histórias?? De que princesa? Que tipo de histórias queres que te conte? 

-Não sei... dos teus orfanatos, ou das tuas famílias. Ou dos teus antigos amigos. 

-Bem... -A sua voz estava ligeiramente insegura. - Eu não tinha grandes amigos Violet. Mas conheci pessoas muito... peculiares. -Puxou de um trago enquanto eu me coloquei o mais confortável possível enquanto o escutava.- Conheci um miúdo na minha primeira familia chamado Gary. Eu era literalmente uma criança e ele já devia ter uns 12 ou 13 anos, não tenho a certeza agora. Tinha o cabelo desgrenhado ruivo escuro e uma centena de sardas espalhadas na cara. Ele era o bad-boy da zona. Andava sempre de navalha no bolso das calças e foi ele quem me ensinou a usá-la e a disparar uma espingarda. O interessante sobre ele é que ele nunca se deixou apanhar pelos "cães",...

-Os "cães" ? 

-Sim. O pessoal dos orfanatos. Os agentes sociais. Eles eram chamados de "cães". Ele escapou-lhes sempre. Era muito calado mas era um larápio do pior. Já jogaste aos sete sinos? 

Neguei. Não fazia sequer ideia do que ele estava a falar.

-Quando me mudei para a minha primeira família de acolhimento e conheci o Gary, ele levou-me para uma zona escondida perto de um poço. Havia lá uma carvalho enorme. Era impossível não dares com ele. Lembro-me de ficar com cara de parvo a olhar, não propriamente para o carvalho, mas para uma casinha de árvore construída com paletes de madeira e uma série de míudos em cima dela. A maior parte nem cheguei a saber o nome. Trepamos à casinha e lá dentro eles tinham uma geladeira cheia de coca-colas e um manequim feito de madeira e farrapos com um casaco, género sobretudo, vestido azul marinho. Demorei uns dias a entender para que é que aquilo servia... E depois comecei a entender que para além de um jogo, aquilo era uma forma de ensinar a roubar. O sobretudo tinha sete sinos escondidos no forro, perto de onde normalmente estaria a carteira ou outros objetos de valor, e então um por um eles iam passando de um lado para o outro da casinha metendo a mão dentro do casaco e tirando qualquer coisa, mas sem nunca tocar no sino. Se tocasse isso significava que a pessoa roubada se tinha apercebido. Acho que só o Gary e outro miudinho loirinho é que falavam inglês porque nenhum dos outros falava a minha lingua. Aquilo era tipo o covil dos abandonados. -Riu-se.- Também me lembro bem do meu primeiro teste na vida real... Decidiram levar-me sentado no guiador da bicicleta do Gary até à estação de comboios, sendo que o revisor dessa estação era a pessoa mais fácil de roubar deste mundo. Pitosga, baixinho, super gordinho e usava uns óculos de graduação máxima redondos. Para melhorar a situação ele passava grande parte do turno dele a dormir, então a teoria seria que eu me ia sair super bem no meu primeiro roubo. Mas adivinha?- Neste momento já me ria imenso. - Eu consegui fazer merda!

 - Eu consegui fazer merda!

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-Ele acordou? -Ri-me.

-Não não não isso era o menos... Eu entrei na cabine do homenzinho e lá estava ele, sentado de pés na escrivaninha, óculos na ponta do nariz e chapéu a tapar os olhos. Dei dois passos e já comecei a fode tudo. Consegui dar um pontapé a uma mesinha de centro. Graças à minha sorte, ele mexeu-se ligeiramente e voltou ao estado inicial. Lembro-me perfeitamente de olhar para trás pelo vidro e ver o Gary com aquela cara de "não acertas em nada". Eu estava tão nervoso... Mas adiante, continuei a andar e a puta da madeira rangia mais que as rodas do comboio nos carris. Cheguei perto do cofre verde que ele tinha em cima de um móvel velhote. Até aqui tudo parecia correr bem. Até eu estar a vasculhar e ele me agarrar pelo pescoço com uma cara de quem me ia cortar o pescoço. Levou-me para fora do escritório a dicutir e a berrar "Bengel!"...

 Levou-me para fora do escritório a dicutir e a berrar "Bengel!"

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-Que é que isso significa?? "Bengel" ???

- Mais tarde entendi que significa diabrete, o revisor era alemão. Mas enfim, ele levou me para o centro da estação e além de me encher de porrada até lá, segurou-me como se me fosse atirar para a linha do comboio. Portanto eu fiquei praticamente suspenso em cima dos carris... Nunca, nunca mesmo, eu me lembro de ter berrado tanto para ele não me deixar cair. 

-E ele? Largou-te?

-Largou! Porque o Gray e os amigos começaram a atirar lhe pedrinhas, tipo cascalho. E ele largou-me para os apanhar. Depois trepei para fora da linha e corri para casa. Corri sem sequer olhar para trás. Estava todo borrado de medo do revisor.

Eu ria-me de forma incontrolável daquela história estúpida e pela primeira vez vi Tate a rir-se com vontade, tanta como eu. 

-Ficas bonita, ainda mais bonita quando te ris. Ganhas vida. 

Corei mas imitei-me a reagir sem pensar. Ao invés de agradecer e mudar de assunto coloquei-me de joelhos à sua frente e beijei-o. Nada de beijos longos. Apenas um beijo simples.

-Obrigada pela história e por me fazeres rir.

TATE LANGDON

Fiquei sem saber o que fazer, Ela nunca tinha reagido assim desta forma. Pura e simplesmente beijou-me e agradeceu. Sem vergonha. Pela primeira vez na minha vida eu não sabia como reagir ao que ela tinha feito. 

Nisto ela levantou-se e caminhou para a porta da salinha. Estava a dar a ideia de que se ia embora e deixou-me ali sentado sem reação. Eu tinha duas opções... E deixei-me ir pela irracional...

VIOLET

Senti o braço dele segurar-me pela cintura e puxar-me para ele. Segurou na minha face com carinho e beijou-me com intensidade. Ficamos assim, a beijarmo-nos, com as línguas a dançarem em sintonia até ele me encostar a uma parede de madeira e me fazer encaixar no seu colo enquanto me ia beijando os lábios e o pescoço. Mas não lentamente, como antes. Senti-me ficar húmida e corada. Vi-o sorrir com aquele olhar maldoso e perigoso, simplesmente irresistível. Não o parei. Eu não o queria parar. Deixei-o desabotoar a minha camisola e beijar-me junto a borda em renda do soutien preto. E foi descendo com a boca. Estava a tentar controlar-me ao máximo mas o meu próprio corpo deixou de me obedecer. 

Ele segurou-me no seu colo até ao piano e deitou-me em cima do tampo enquanto que me beijava  a barriga e me segurava as mãos com força contra o tampo como se me estivesse a prender. Trincava-me e fazia me ficar arrepiada. Não conseguia estar quieta e curvava as costas a cada movimento dele.... 

TATE LANGDON

Conseguia senti-la ficar desnorteada, cada vez mais húmida. Ouvia os gemidos baixinhos e continuei o que estava a fazer...

VIOLET

A sua mão desceu, por cima das calças justas de ganga, para  a minha zona intima...

TATE LANGDON

Ela gemeu o meu nome entre os dentes e eu senti-me endurecer ainda mais enquanto que a tocava... Aquele corpo deixava-me sem reação.... Minha princesa... 

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(...) 

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